"Não devemos permitir que uma só criança fique em sua situação atual sem desenvolvê-la até onde seu funcionamento nos permite descobrir que é capaz de chegar. Os cromossomos não têm a última palavra". (Reuven Feuerstein)

sábado, 20 de setembro de 2014

40 ANOS APAE DE ITABIRA/MG

A História do movimento apaeano na cidade de Itabira iniciou com os membros do Rotary Clube de Itabira, tendo a frente o Professor Maurício José Martins da Costa. Realizaram a primeira reunião oficial no Clube Atlético Itabirano no dia 13 de novembro de 1973. Para apresentar o estatuto segundo a Federação Nacional das APAEs. Estabelecia mandato de 2 anos. Tendo como presidente Dr. José Procópio de Alvarenga. O conselho deliberativo taxou as contribuições em 5 cruzeiros para serem pagos em banco através de carnês e ficou definida reunião mensal com a diretoria. Foi realizado o sorteio de uma bicicleta de onde veio a primeira renda da APAE.

A diretoria voltou a se encontrar em setembro de 1974 quando tomou posse, iniciando um trabalho intenso para conseguir providenciar as documentações necessárias como: o registro do estatuto filiação na Federação Nacional, Certificado de Utilidade Pública Municipal e Estadual. Uma turma de alunos especiais foi atendida no Grupo Escolar Dr. Pedro Guerra, no bairro Conceição de Cima.

É confeccionado um adesivo para carros: “AJUDE A APAE A AJUDAR O EXCEPCIONAL, com objetivo de divulgação.
É lançada a primeira campanha com o slogan “Agora preteridos, amanhã entrosados”, criado pelo Padre José Lopes, dando assim continuidade a campanha de divulgação do movimento. Alunos do PREMEN realizam palestras na comunidade sobre o excepcional, dois jornais locais publicam mensalmente matérias sobre a APAE.
A preocupação financeira é grande e é lançada uma rifa pela loteria federal de um carro marca corcel, o número da rifa não saiu e foi realizada outra rifa com mais alguns prêmio que foram doados. APAE enfim conseguiu o CGC e Certificado de Utilidade Pública Municipal.

Em novembro de 1976, Renato Aragão apresentou um show no VEC com renda em prol da APAE. Antônio Valeriano e Professor Maurício, em visita oficial ao Prefeito Dr. Jairo Magalhães, solicitam doação de um terreno para a construção da sede da APAE. A proposta foi encaminhada para a Câmara Municipal avaliar. Prefeitura promete doar um terreno no bairro Inconfidentes, o qual foi cedido para a COAB. A Prefeitura doou um terreno de 7600m² na localidade chamada Chico Beta. Muitas promoções são realizadas na comunidade com o objetivo de angariar fundos para a APAE iniciar suas atividades. A APAE faz uma troca com o COMBEM do terreno doado para ambos.
No ano de 1978 as pessoas cobram a início do funcionamento da escola para atender os fronteiriços (termo da época que designava o excepcional).

Maio de 1979, Sr. Gil(Leovegildo Silvério da Silva) como presidente do Lions participa da renião de diretoria pela primeira vez junto com Fernando Campolina presidente do Rotary.
17 de junho de 1979 é realizado eleição para diretoria, Sr. Gil compõe a chapa para presidente a qual é eleita por aclamação. Os trabalhos se intensificam, há um esforço comum em acelerar o processo para abrir a escola imediatamente. A diretoria viaja à cidade de São João Del Rey. Para conhecer a APAE que é considerada modelo em Minas Gerais. De lá trouxeram a planta da sede da APAE e a idéia de melhor adaptá-la para atender aos itabiranos. Sr. Gil solicitou ao engenheiro Dr. Rubens Trindade estruturá-la.

A CVRD realiza a terraplanagem no local e com a parceria da Empresa CONTOR, dá-se inicia as obras e é nomeada uma comissão para acompanhar a construção do prédio.
Professor Maurício e D. Margarida convidam a psicóloga do COMBEM(Conselho Municipal do Bem Estar do Menor) Maria Cecília para orientar os trabalhos de seleção de pessoal e o atendimento aos alunos. O antigo convento do Colégio Nossa Senhora das Dores foi colocado à disposição da APAE. É montada uma equipe, tendo como diretora a Claide, como psicóloga Maria Cecília, como fonoaudióloga Maria Elizabeth Delunardo e o neurologista Júlio Tércio de Alvarenga.
A APAE conseguiu o Certificado de Utilidade Pública Estadual, assinado pelo governador Francelino Pereira. Três Professoras são selecionadas Cibele Andrade, Vera das Dores Oliver e Maria do Socorro Silva, as mesmas fizeram estágio na APAE de Belo Horizonte.

Abril de 1980 a APAE é finalmente instalada no antigo convento do Colégio Nossa Senhora das Dores. Um folder é publicado e distribuído na comunidade com a seguinte mensagem: “Existe um lugar onde todo mundo gosta de todo mundo, sem distinção de raça e de cor: APAE”. Iniciam-se as inscrições, e junto com as mães surgiu a preocupação com o transporte. É realizada a primeira reunião com os pais para definirem sobre o transporte, uniforme e merenda.
Onze de agosto de 1980 – iniciam-se as aulas, uma data que é um marco no movimento apaeano. Após sete anos de luta concretiza-se um sonho, 102 alunos matriculados. Fábio Pires doou um ônibus para APAE. Continuam as rifas de carros, promoções de shows, bailes, feira da paz, etc. Posto JOB e Posto Mangueira iniciam a doação de óleo diesel mensal. É feita uma enquete para escolher o nome da APAE entre pais e associados, por unanimidade foi escolhido o nome de Dr. Mauro de Alvarenga.

Setembro de 1983 – apesar de grandes rifas e promoções a APAE continua trabalhando no vermelho. A entidade recebe o certificado de filiação da Federação das APAEs. É o ano de eleição e o Sr. Gil é reeleito por aclamação. Convênios com a LBA atrasados em média de 3 meses inviabiliza o funcionamento da APAE.
Junho de 1985 – É adquirido o Certificado de Utilidade Pública Federal. A CVRD doa 77 milhões e oitocentos mil cruzeiros para a construção. O presidente e duas professoras participam de um congresso em Belo Horizonte. O Lions doa verbas para aquisição de aparelhagem que atende a oito alunos deficientes auditivo simultaneamente.
1986 – A APAE enfim entrega o prédio para a Congregação Nossa Senhora das Dores, após seis anos cedidos gratuitamente.

Novembro de 1986 – Finalmente a sede fica pronta e a APAE passa a funcionar até a presente data na Rua José de Alencar, 385 no Bairro Machado, onde até hoje continua na luta pela inclusão social.
APAE em funcionamento na sua nova sede vai aos poucos ampliando o quadro de técnicos e de funcionários, visando sempre viabilizar as implantações de projetos que assegure a melhoria da qualidade dos atendimentos ao Deficiente Intelectual.


















































domingo, 14 de setembro de 2014

Mãe mostra como é o tratamento do filho com autismo

Autismo: Diagnóstico precoce é fundamental para estimular crianças na comunicação e socialização

"Quando a intervenção é realizada em crianças menores de 3 anos, a melhora é de 80%. Aos 5 anos cai para 70% e acima disso fica muito prejudicada" - Fábio Barbirato, coordenador do Serviço de Atendimento e Psiquiatria Infantil da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro

Deiseone Matilde Verônica tem 34 anos e há sete ganhou sua primeira e única filha, Thaiane Fernanda Verônica. Quando a garotinha completou seis meses de vida, a mãe começou a desconfiar que havia algo errado em seu desenvolvimento. O primeiro temor era de que o bebê fosse surdo, já que Thaiane era muito parada e quase não se mexia. O exame de audição não apontou problemas, mas por outro lado os pais descobriram que a moleira da criança já estava fechada e a pediatra pediu que a mãe esperasse para monitorar a evolução da filha. Deiseone esperou até que ela completasse nove meses e voltou a procurar especialistas. Quase com 2 anos, Thaiane deu os primeiros passos. Mas só aos 3 foi encaminhada ao Sistema Único de Saúde (SUS), onde um psiquiatra deu o diagnóstico: a menina sofria do transtorno do espectro autista.

“O diagnóstico precoce foi muito bom para minha relação com Thaiane, pois o contato físico e visual dela melhorou e acho que isso também ajudou na socialização”, diz Deiseone. Ela conta que tem uma boa comunicação com a filha. Ela me pede água, pede copo e anda normalmente. Tento proporcionar um bom ambiente para minha filha. Vou com ela à terapia comportamental-cognitiva, fonoterapia e terapia ocupacional. Levo Thaiane na escola e, como é longe, fico lá esperando”, conta a dona de casa, que vive em função da filha. 

Tema constantemente debatido por especialistas, o diagnóstico precoce do autismo – que, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, atinge 70 milhões de pessoas no mundo e no Brasil cerca de 2 milhões –, ainda não é consenso entre os profissionais da área médica. Vem ganhando força porém a tese de que iniciar uma intervenção o quanto antes, quando a criança apresenta os primeiros possíveis sintomas, ajuda os pais a ganhar um tempo precioso para estimular o cérebro de seus filhos portadores do problema. De acordo com Fábio Barbirato, psiquiatra da infância e da adolescência e coordenador do Serviço de Atendimento e Psiquiatria Infantil da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, hoje é possível detectar o autismo numa criança entre 12 meses e 18 meses de vida. Para isso, porém, é preciso profissionais treinados.

“Há 20 anos, quando comecei a conhecer a psiquiatria da infância, não se falava em diagnósticos antes dos 5 anos de vida”, lembra o psiquiatra. Segundo ele, há 10 anos, apenas uma criança de até cinco anos era atendida por mês em seu consultório e no serviço de saúde. Hoje são em média 20 crianças por semana no consultório e outras 20 no serviço de saúde. Para Barbirato, isso ocorre porque os pais estão perdendo o medo de encarar o problema e levando seus filhos mais cedo ao consultório psiquiátrico.

O autismo, de fato, é uma doença de diagnóstico difícil, que apresenta sinais raramente conclusivos. Quanto antes os pais levarem seus filhos para avaliação médica, melhor. Uma abordagem desse tipo adotada por pesquisadores do Davis Health System, ligado à Universidade da Califórnia (EUA), vem, aparentemente, eliminando sintomas e atrasos no desenvolvimento de crianças autistas que receberam estímulos específicos a partir dos seis meses.

Publicado no Journal of Autism and Developmental Disorders, o estudo aplicou a terapia chamada infant start (início da infância) em sete crianças diagnosticadas com o transtorno. De acordo com os pesquisadores, o programa busca alterar seis comportamentos que podem ser observados nos primeiros meses de vida: fixação visual em objetos, repetição anormal de movimentos, ausência de atos intencionais de comunicação, desinteresse na interação social, desenvolvimento da fala abaixo do esperado e baixa resposta a interações afetivas pelo olhar e pela voz.

Para implementar a estratégia, os médicos contaram com a participação de importantes aliados, os próprios pais dos pequenos pacientes, que se transformaram em verdadeiros terapeutas dos bebês que tinham entre seis e 10 meses quando começaram a ser tratados. “A mãe e o pai estão ao lado das crianças todos os dias e é nos pequenos momentos, como a troca de fraldas, a hora de comer, os passeios e as brincadeiras, que eles influenciam no aprendizado dos bebês”, explica Sally Rogres, uma das autoras do artigo.

Arthur Kummer, psiquiatra de crianças e adolescentes e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que “o conceito de autismo vem sendo lapidado. A definição atual ressalta que a principal alteração provocada pelo autismo é na habilidade comunicativa. Essa observação vem permitindo a definição de diagnósticos com mais frequência e de casos mais leves.”
Alteração da habilidade comunicativa é um dos principais sintomas que ajudam a definir os casos, segundo o psiquiatra Arthur Kummer.

Comportamento 

Pesquisa do governo americano mostra que o número de casos de autismo em 2010 (últimos dados disponíveis) aumentou quase 30% em relação aos dados anteriores (de 2008), quando se apontava que havia um caso para cada 88 crianças e quase 60% em comparação com 2006, quando foi registrado um caso para 110 crianças normais. A maioria das crianças foi diagnosticada após os 4 anos. Em 2010, essa relação subiu para uma em cada 68 crianças com 8 anos de idade. Os números são do CDC (Center of Diseases Control and Prevention), órgão máximo do governo americano para a saúde. Segundo Barbirato, o espectro autista tem basicamente duas características: na socialização e na comunicação (a criança não fala, nem aponta o que quer, ou fala mas não tem reciprocidade social; algumas podem melhorar a linguagem, mas não conseguem manter um diálogo) e as alterações de comportamento. Entre elas, pode haver uma inflexibilidade com mudanças na rotina, movimentos estereotipados (repetitivos com as mãos ou mexer o corpo de forma anormal), e um interesse não usual na intensidade ou no foco (por exemplo, ficar aficcionado por palitos de picolé). “Quando a intervenção é realizada em crianças menores de 3 anos, a melhora é de 80%. Aos 5 anos, cai para 70%, e acima disso fica muito prejudicada”, observa
.
Risperidona
 
Na última sexta-feira, o Ministério da Saúde anunciou que vai disponibilizar, pela primeira vez no Sistema Único de Saúde (SUS), o medicamento risperidona. A substância age na irritabilidade e agressividade, sintomas comuns no autismo. O ministério estima que a medida será capaz de beneficiar 19 mil pacientes ao ano.

Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2014/09/14/noticia_saudeplena,150355/autismo-diagnostico-precoce-mostra-se-fundamental-para-que-pais-possa.shtml



terça-feira, 9 de setembro de 2014

Fé Jegede: O que eu aprendi com meus irmãos autistas


Hoje, tenho apenas um pedido. Por favor, não digam que sou normal.

Agora, gostaria de apresentar-lhes meus dois irmãos. Remi tem 22 anos, é alto e muito bonito. Ele não fala, mas comunica alegria de uma forma que poucos dos melhores oradores conseguem. Remi sabe o que é o amor. Ele o partilha incondicionalmente e ele o compartilha independentemente, Ele não é mesquinho. Ele não vê a cor da pele. Ele não liga para diferenças religiosas, e ouçam essa: Ele jamais contou uma mentira. Quando ele canta as canções da nossa infância, tentando usar palavras que nem eu consigo recordar. ele me faz lembrar duma coisa: do quão pouco conhecemos a mente, e do quão maravilhoso deve ser o desconhecido.

Samuel tem 16 anos. Ele é alto. É muito bonito. Ele tem uma memória impecável. Contudo, sua memória é seletiva. Ele não se lembra se roubou minha barra de chocolate, mas se lembra do ano de lançamento de cada música no meu iPod, de conversas que tivemos quando ele tinha quatro anos, de ter feito xixi no meu braço durante o primeiro episódio dos Teletubbies, e do dia do aniversário da Lady Gaga.

Não são incríveis? Mas, a maioria das pessoas não concorda. E, porque suas mentes não encaixam na versão que a sociedade tem sobre normalidade, eles são frequentemente deixados de lado e mal compreendidos.

Mas o que me deu ânimo e fortaleceu minha alma é que embora esse fosse o caso, embora eles não sejam considerados pessoas comuns, isto só pode significar uma coisa: que eles são extraordinários -autistas e extraordinários.

Para quem não esteja muito familiarizado com o termo "autismo". trata-se de um distúrbio cerebral que afeta a comunicação social, as habilidades de aprendizado e, às vezes, as habilidades físicas. Ele se manifesta de forma diferente em cada indivíduo. e é por isso que Remi é diferente do Sam. Em todo o mundo, a cada 20 minutos, alguém é diagnosticado com autismo. E, embora seja um dos transtornos dedesenvolvimento que mais cresce no mundo, não se conhece causa ou cura.

Nem consigo lembrar-me do primeiro momento em que me defrontei com autismo, mas não posso me lembrar de um dia sequer sem ele. Eu tinha apenas três anos quando meu irmão nasceu, e eu estava tão entusiasmada por ter um novo ser em minha vida. Depois de alguns meses, percebi que ele era diferente. Ele gritava muito. Ele não queria brincar como os outros bebes, e, de fato, ele não parecia nem um pouco interessado em mim. Remi vivia e reinava no seu próprio mundo, com suas próprias regras, e encontrava prazer nas mínimas coisas, como colocar carros em fila ao redor do quarto e ficar olhando a máquina de lavar, e comer qualquer coisa que estivesse no seu caminho. À medida que foi crescendo, ele era cada vez mais diferente, e as diferenças tornaram-se mais óbvias. Porém, além das birras e das frustrações e da hiperatividade incessante havia algo realmente único: uma natureza pura e inocente, um garoto que via o mundo sem preconceito, um ser humano que jamais mentiu. Extraordinário.

Agora, não posso negar que houve alguns momentos bem desafiadores na minha família, momentos nos quais eu desejava que eles fossem como eu. Mas, eu me recordo das coisas que eles me ensinaram sobre individualidade, comunicação e amor, e percebo que estas são coisas que eu não gostaria de mudar com a normalidade. A normalidade desconsidera a beleza que as diferenças nos traz, e que o fato de sermos diferentes não significa que um de nós esteja errado. Significa apenas que há um tipo diferente de certo. E se eu puder dizer ao Remi apenas uma coisa e ao Sam e para vocês é que vocês não precisam ser normais. Vocês podem ser extraordinários. Porque sendo ou não autista as nossas diferenças - Temos um dom! Todos temos um dom dentro de nós mesmos, e para ser totalmente honesta, a busca da normalidade é o sacrifício extremo da potencialidade. A oportunidade de crescimento, de progresso e mudança morre no momento em que tentamos ser como alguma outra pessoa.

Por favor, não me digam que sou normal. Obrigada.


BAILE DE COMEMORAÇÃO 40 ANOS APAE ITABIRA

60 ANOS APAE NO BRASIL - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais comemora 60 anos da fundação da primeira entidade no Brasil. A APAE é a maior rede que atende à pessoa com deficiência intelectual e múltipla

40 ANOS APAE ITABIRA - é preciso conhecer o papel que as APAES no Brasil vêm desempenhando frente à defesa de direitos e no exercício dos deveres cidadãos das pessoas com deficiência. O foco reside no favorecimento da aprendizagem e do integral desenvolvimento das pessoas com deficiência intelectual e múltipla que atendem.

Muito temos a comemorar e o Sistema Único de Saúde - SUS, credencia a APAE de Itabira, com a interveniência da Secretaria Municipal de Saúde de Itabira, com o Programa do SERDI, que define os serviços Especializados de Reabilitação em Deficiência Intelectual e Transtornos do Espectro Autista (TEA).



























segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Depressão - pode acontecer com você!

 A figura de um cão preto foi usada pelo escritor inglês Samuel Johnson, em 1780, para descrever sua própria depressão e popularizada pelo primeiro-ministro britânico Sir Winston Churchill, que também enfrentou o problema. Usando a metáfora do “grande cão negro”, que é utilizada desde o século 16, o vídeo explica alguns dos sintomas e como a depressão prejudica a vida de uma pessoa. O diálogo, a aceitação, o tratamento e até mesmo o exercício físico são grandes aliados na missão de transformar a assustadora fera em cão domesticado, por mais impossível que isso, às vezes, possa parecer.


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

SAÚDE X APAE

   O Estado de Minas Gerais, por intermédio da Secretaria do Estado da Saúde, órgão Gestor do Sistema Único de Saúde, credencia a APAE de Itabira, com a interveniência da Secretaria Municipal de Saúde de Itabira, com o Programa do SERDI, que define os serviços Especializados de Reabilitação em Deficiência Intelectual e Transtornos do Espectro Autista (TEA).

  Entende-se por SERDI - Tipo I: Realizar avaliação diagnóstica por equipe multidisciplinar com descrição das potencialidades e dificuldades:
  •  Realizar atendimento interdisciplinar para o desenvolvimento de habilidades essenciais para execução de atividades que favorecem a autonomia pessoal, familiar e profissional;
  • Realizar atendimento interdisciplinar para prevenção das alterações comuns ao envelhecimento;
  •  Elaborar o Projeto Terapêutico Individual – PTI para todos usuários;
  • Realizar e registrar em ata reuniões mensais com a equipe para acompanhamento e discussão dos casos clínicos;
  • Promover capacitação e articulação com outros serviços de saúde e as políticas de assistência social e educação;
  • Registrar as informações corretamente no prontuário.

  O SERDI - Tipo II:  
  • Realizar as mesmas atividades descritas para o SERDI - Tipo I;
  • Ter abrangência macro regional;
  • Fornecer supervisão técnica/teórica para o SERDI tipo I;
  • Realizar capacitação dos profissionais do SERDI tipo I;
  • Elaborar materiais de capacitação;
  • Estabelecer parcerias com as empresas visando a inclusão dos usuários no mercado de trabalho;
  •  Promover o uso de tecnologias assistivas para habilitação/reabilitação dos usuários;
  • Estimular a realização de estudos e pesquisas na área de Deficiência Intelectual e Autismo.

  Desde Março de 2014, a APAE está implantando este serviço, sendo Itabira, a cidade pólo em referência e excelência para atender Itabira e Região, mediante a disponibilidade de vaga.

 A APAE conta com duas equipes de profissionais nas áreas de Fisioterapia,Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Psicologia e Serviço Social. O horário de funcionamento da APAE é de 7:00 às 13:00 h e outra equipe de 13:00 ás 19:00 h

  A APAE também oferece atendimento especializado nas áreas de Nutrição e Enfermagem.

 O olhar da reabilitação no contexto da funcionalidade, amplia os horizontes e contextualiza o indivíduo, a família, a comunidade em uma perspectiva mais social, privilegiando aspectos relacionados à inclusão social, o desempenho das atividades e a participação do indivíduo na família, comunidade e sociedade.



Equipe da APAE Itabira: Andréa (psicóloga), Gabriela (fonoaudióloga), Raquel (fonoaudióloga), Naiana (fisioterapeuta), Eliane (assist. social), France Jane (psicóloga e coordenadora Programa Autismo), Miriam (fisioterapeuta), Ana Daniela (assist. social), Luana (nutricionista), Aritânia (terapeuta ocupacional), Sayonara (fisioterapeuta e coordenadora da equipe), Ana Carolina (terapeuta ocupacional), Lorena (enfermeira)


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Software aumenta precisão na triagem de crianças com autismo


Profissionais da área da Psicologia poderão contar em alguns anos com uma ferramenta de análise computacional para realizar a triagem de crianças com transtorno do espectro autista (TEA) com maior precisão.

Um grupo de pesquisadores da University of Minnesota e da Duke University, nos Estados Unidos, em colaboração com colegas do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desenvolveu um software para análise automatizada de vídeos de testes de triagem de autismo.
Alguns dos resultados das análises dos testes feitas pelo software foram descritos na edição de junho da revista Autism Research and Treatment.

"A ideia é que o software possa contribuir para aumentar a acurácia da triagem de crianças com autismo", disse Thiago Vallin Spina, estudante de doutorado no Instituto de Computação da Unicamp e um dos autores do projeto, à Agência FAPESP.

"Nossa meta é ter uma versão do software que possa ser utilizada em escolas de educação infantil, por exemplo, para realizar a triagem de crianças com suspeita de autismo com maior precisão e encaminhá-las para a realização do diagnóstico por especialistas o mais cedo possível", afirmou Spina, que faz doutorado com Bolsa da FAPESP e orientação do professor Alexandre Xavier Falcão.

De acordo com Spina, estudos recentes apontam que muitas crianças com TEA apresentam marcadores comportamentais indicativos de autismo logo no primeiro ano de vida, tais como a dificuldade de desviar o olhar de um determinado ponto para rastrear um estímulo visual.

A fim de tentar detectar mais precocemente esses distúrbios no desenvolvimento infantil - e iniciar uma intervenção clínica intensiva - são feitos comumente três tipos de testes comportamentais, baseados na Escala de Observação de Autismo para Lactentes (AOSI, na sigla em inglês), para avaliar a atenção visual da criança.

No primeiro teste, um brinquedo sonoro é chacoalhado ao lado esquerdo da criança e, em seguida, outro brinquedo é balançado ao lado direito, a fim de avaliar o tempo que ela leva para responder ao segundo estímulo por meio do desvio do olhar.

Já no segundo teste, um brinquedo é movido horizontalmente próximo ao rosto e no campo de visão da criança, para verificar se há algum atraso em rastrear o movimento do objeto.
E no terceiro teste, uma bola é rolada em direção à criança com intuito de verificar se a criança pega a bola e estabelece contato visual e interação social com o especialista.

O problema é que esses testes ocorrem em tempo real e durante sua realização o profissional precisa não apenas controlar o estímulo, como também contar o tempo que a criança leva para reagir, o que torna o diagnóstico impreciso, segundo Spina. "O tempo de atraso da criança para reagir aos estímulos considerado nestas medidas de atenção visual é de um a dois segundos", disse.

"Por isso, o diagnóstico de TEA por meio desses testes depende em grande parte da experiência e acurácia do especialista em identificar com precisão o tempo de atraso na resposta da criança ao estímulo", disse Spina.

Medições automáticas

Para tentar aumentar a precisão dos resultados, os pesquisadores desenvolveram algoritmos (sequências de comandos) de processamento de imagens e de visão computacional, que fazem medições automáticas da atenção visual de crianças durante os testes comportamentais de triagem de TEA a partir da gravação de vídeos das sessões de avaliação.

Para isso, utilizaram gravações de vídeos de testes comportamentais durante sessões de avaliação de TEA realizados por Amy Esler, professora de Pediatria na University of Minnesota, com um grupo de 12 crianças, com idade entre 5 e 18 meses, indicadas para realização dos testes. As gravações foram feitas durante o estágio de pesquisa de Spina na universidade norte-americana, no grupo do professor Guillermo Sapiro.

"Colocamos duas câmeras convencionais de alta resolução na sala onde foram realizadas as sessões de avaliação, sendo uma posicionada no centro da mesa da professora Esler e com foco direcionado para a lateral das crianças, e outra em um canto da sala, para obter uma visão geral do comportamento das crianças durante as sessões", contou Spina.

O software foi capaz de rastrear a direção do rosto das crianças participantes dos testes comportamentais de atenção visual. Para fazer isso, o sistema computacional identificou, inicialmente, a direção dos olhos e do nariz das crianças no primeiro quadro (frame) do vídeo dos testes em relação ao objeto apresentado a elas.
Por meio de algoritmos de visão computacional, o software avaliou se a direção dos olhos e do nariz das crianças se repetia ou mudava nos quadros seguintes do vídeo.

Dessa forma, conseguiu estabelecer vetores de movimento dos olhos e do nariz da criança de um quadro para outro e, por meio de medidas geométricas, estimar em que direção ela estava olhando durante os testes em relação aos objetos - se em direção a eles ou não.

"Como sabia em que direção a criança estava olhando no primeiro quadro do vídeo e qual a posição do objeto, o software foi capaz de rastrear os movimentos dos olhos da criança e indicar se apresentavam ou não um correlação com a direção do brinquedo", explicou Spina.

Os resultados das análises dos vídeos feitas pelo software foram comparados com a avaliação clínica feita por Esler com base na observação em tempo real dos testes e nos próprios vídeos - sem terem passado pelas análises do software - e com as de dois estudantes de graduação em Psicologia e uma psicóloga não especializada em autismo.

A comparação mostrou que o programa foi capaz de detectar sinais comportamentais indicativos de autismo tão bem quanto a especialista e melhor do que a psicóloga e os estudantes de Psicologia.
"O programa permite registrar os tempos de reação da criança a um estímulo visual com até décimos de segundo, uma vez que cada segundo de um vídeo tem 30 quadros", explicou Spina.

Possíveis contribuições

O software representa uma primeira etapa de um projeto de longo prazo, desenvolvido por um grupo multidisciplinar de pesquisadores das áreas de Psicologia, visão computacional e aprendizado de máquina, que visa desenvolver ferramentas de baixo custo, automáticas e de análise quantitativa de dados, que podem ser úteis para identificar crianças com TEA mais precocemente.

Apesar de os sintomas do autismo surgirem muitas vezes cedo e o distúrbio comportamental poder ser diagnosticado nos primeiros anos de vida, a idade média de diagnóstico de TEA em países como os Estados Unidos é próxima aos 5 anos, apontam os autores do artigo.

"O software poderá contribuir para os profissionais da área de Psicologia e pesquisadores em TEA na identificação de marcadores de risco de autismo por meio de análises de grandes quantidades de vídeos do comportamento natural da criança em casa ou na escola ou das próprias sessões de avaliação clínica", disse Spina.

"Além disso, abre portas para a melhoria dos protocolos de avaliação em curso e para descoberta de novas características de comportamento de crianças com TEA, aumentando a granularidade das análises e fornecendo dados em uma escala mais fina", avaliou.

Em sua pesquisa de doutorado, Spina utiliza algoritmos para analisar a partir de vídeos um comportamento motor de posicionamento e movimento de braços identificado como um possível novo sinal característico de autismo.

Denominada assimetria dos braços, o comportamento foi identificado durante estudos realizados nos últimos anos com crianças com autismo com entre 18 meses e 24 meses de idade.
Os autores do estudo identificaram que, diferentemente do andar de crianças sem autismo - cujos braços tendem a ficar ao lado do corpo, em uma posição simétrica e com movimento de balanço - as crianças com autismo apresentam uma posicionamento assimétrico dos braços, com um estendido e outro flexionado na horizontal e para frente.

"Desenvolvemos um software para medir esse comportamento motor específico. A ideia é expandir sua aplicação para medir outros movimentos que também são bastante característicos de crianças com TEA, como o balanço do tronco para frente e para trás", contou Spina.

Já o grupo de pesquisadores da Duke University desenvolve um aplicativo para tablet que pretende substituir a forma como os testes de atenção visual são feitos hoje. O objetivo é imitar os mesmos tipos de interações que os testes com brinquedos e bolas medem, mas sem a necessidade de utilizar os objetos.

"Eles estão discutindo quais tipos de comportamentos indicativos de autismo poderiam ser identificados por esse aplicativo para tablet", contou Spina, que não participa diretamente do projeto. "Pretendemos dar continuidade à cooperação com o Sapiro na Duke University em projeto conjunto após o fim do meu doutorado."

O artigo Computer vision tools for low-cost and noninvasive measurement of autism-related behaviors in infants (doi: 10.1155/2014/935686), de Spina e outros, pode ser lido na revista Autism Research and Treatment em www.hindawi.com/journals/aurt/2014/935686.

domingo, 17 de agosto de 2014

Curso Perfil Psicoeducacional Revisado: PEP-R na AMA de São Paulo

    A  AMA de São Paulo,   ofereceu o curso PEP-R,  dia 16/08/14, na Unidade   Lavapés    em Cambuci. 
  Ministrada pela coordenadora da unidade Lavapés,    a   psicopedagoga Carolina Ramos e Franciny Mancini, o curso foi um sucesso e a  oportunidade de aprendizagem, interação e suporte durante o curso, não poderia ter sido melhor. Parabéns a toda a equipe!

   O Perfil Psicoeducacional Revisado (PEP-R), é um instrumento de avaliação da idade de desenvolvimento de crianças com autismo ou com outros transtornos da comunicação. Serve como alicerce para a elaboração de um planejamento psicoeducacional de acordo com os pressupostos teóricos do modelo TEACCH. Foi concebido para identificar padrões de aprendizagem irregulares e idiossincráticos, destinando-se a crianças cuja faixa etária vai de um a doze anos. As áreas avaliadas são: coordenação motora ampla, coordenação motora fina, coordenação visuo-motora, percepção, imitação, performance cognitiva e cognição verbal. Para cada área foi desenvolvida um escala específica com tarefas a serem realizadas (Schopler, Reichler, Bashford, Lansing & Marcus, 1990).






Susy e Fran

Carolina Ramos



France Jane, Franciny Mancini e Carolina