"Não devemos permitir que uma só criança fique em sua situação atual sem desenvolvê-la até onde seu funcionamento nos permite descobrir que é capaz de chegar. Os cromossomos não têm a última palavra". (Reuven Feuerstein)

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

QUE VENHA 2011!

Dedico um desejo profundo de que possamos construir novas formas de afetar e sermos afetados, novos caminhos que se construirão a cada passo dado, novos amigos e amigas que serão conquistados a cada abraço sincero e doce, novas intensidades amorosas que se realizarão com novos e intensos amores, novos sentidos e novas subjetividades a serem criadas, produzidas e multiplicadas para todos os cidadãos e cidadãs do Brasil que agora se conjuga no feminino... e se o Mundo é um Útero que venham os "nascimentos" de novas formas de sensibilidade e suavidade nas ações macropolíticas de nosso Brasil... que possamos, micropoliticamente, acender a qualidade de vida onde ela ainda não exista, desejando a criação coletiva de novas cartografias do viver. E, que as mulheres, não se tornando enrijecidas pelos Poderes, possam nos ensinar/aprender a aprender, mais uma vez, que:

SOMOS TRANSMISSORES

Somos, ao viver, transmissores de vida.
Quando deixamos de transmitir vida, ela a vida também deixa
de fluir em nós.

Isto é parte do mistério do sexo, é um fluxo à frente.
Gente assexuada não transmite nada.

Mas se chegamos, trabalhando, a transmitir vida ao trabalho,
a vida, ainda mais vida, se lança em nós compensando, se mostrando
disposta a tudo
e pelos dias que vêm nos encrespamos de vida.

Mesmo que seja uma mulher fazendo um simples pudim, ou um homem
fazendo um tamborete,
se a vida entrar nesse pudim ele é bom
bom é o tamborete,
contente fica a mulher, com a vida nova que a encrespa,
contente fica esse homem.

Dê que também lhe será dado
é ainda a verdade da vida.
Mas não é assim tão fácil. Dar vida
não quer dizer passá-la adiante a algum bobo indigno, nem deixar que os
mortos-vivos te suguem.
Quer dizer acender a qualidade de vida onde ela não se encontrava,
mesmo que seja apenas na brancura de um lenço lavado.


Tradução: Leonardo Froés - Ed. Alhambra
POEMAS DE D.H.LAWRENCE - Edição bilíngue do centenário - Ed. Alhambra, Petrópolis, 1985
.
Fonte: http://infoativodefnet.blogspot.com

Educação e inclusão: ano-velho ou ano-novo?

Por France Jane Leandro (psicóloga da APAE de Itabira - MG)


Não somos contra o processo de inclusão, muito pelo contrário. Trabalhamos a décadas por este processo. Temos APAES itinerantes que vão às escolas para ajudarem neste processo. Sempre que nos procuram, estamos abertos a ajudar. Eu mesma já dei algumas palestras e dicas em escolas da rede de ensino comum, já trouxe autoridades para palestrar não só para nossos professores mas convidei também professores da rede pública. Dr. Eduardo Barbosa é uma pessoa que se preocupa muito com a pessoa com deficiência e programas para acelerar esta transição APAE – Escola Regular, estão sendo realizados. Um deles é o Programa de Autodefensoria (pesquisem no meu blog o que é este programa). Porém, volto a repetir, esta transição tem que ser feita de forma responsável. Muito bonito falar que o aluno com deficiência está inserido em tal e tal escola. Mas vocês tem acompanhado como é este aluno em sala de aula? Está realmente incluído? Está feliz? Temos no interior de Minas outra realidade. Falo pela minha cidade, onde alguns alunos estão se saindo bem e outros que desistiram, porque não se sentiram bem. Tenho um aluno autista, que fiz o que pude para ajudar a professora apoio em sala de aula. Ela é responsável pelos alunos. A professora da sala não estava nem aí, como muitas outras professoras que temos por aí. O interesse da professora é de suma importância nesse processo, certo? Em Gov. Valadares, por exemplo, cidade onde estou agora, minha tia que é professora de uma escola pública, disse que os alunos com deficiência vão para outra sala e lá ficam, desenhando, brincando… Isto que se chama de inclusão? Tenho acompanhado de perto nossos alunos que estão incluídos e é esta a nossa realidade. Mas claro, existem cidades que esta inclusão já acontece há muito tempo e muito bem. O que quero esclarecer, é que trabalhamos para que a inclusão aconteça. Temos que dar apoio às instituições que lidam com a pessoa com deficiência, que ainda não entendem este processo, às APAES, com programas que irão fortalecer este aluno e que ele saia da APAE altivo, confiante e certo que irá encontrar uma sociedade educacional pronta ou melhor preparada para recebê-lo.
Assim, sugiro que vocês leiam o meu blog (que surgiu com a idéia de partilhar informações e experiências da nossa APAE)ou o blog da APAE e também ao site da Federação para conhecerem o nosso trabalho, o trabalho que o Dr. Eduardo faz com tanto carinho, empenho e acima de tudo, com inteligência (ele é uma pessoa vanguardista). Enquanto este processo de inclusão acontece de uns tempos para cá, na APAE já existia o Projeto Águia, onde iniciamos o processo de autonomia do nosso aluno, de conscientização da pessoa com deficiência…enfim, leiam mais no site da federação.
Quanto ao Dr. Eduardo, eu o defendo porque é um homem digno de nossa confiança e não é à toa que está no seu 5º mandato como deputado federal.

Se vocês tiverem oportunidadede de ouví-lo, não deixem de fazê-lo, aí entenderão porque este senhor tem a simpatia de pais, alunos, funcionários e amigos da pessoa com deficiência de nossa instituição, as APAES. 
Somos uma instituição séria, comprometida com o aluno. E este é o nosso desafio e meta, proporcionar uma melhor qualidade de vida à pessoa com deficiência.


Sites:
http://www.apaeitabira.blogspot.com/

http://www.juventudeitabira.blogspot.com/

http://www.apaebrasil.org.br/artigo.phtml?a=11398

Educação e inclusão: ano-velho ou ano-novo?

Por Lucio Carvalho *
A universalização do atendimento escolar, preconizada como a segunda grande diretriz do Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2020, enviado ao Congresso Nacional em fins de dezembro (15/12) pelo Ministro Fernando Haddad, do MEC, enfrenta desde já um importante desafio pelo menos no que se refere à educação especial. Caberá aos deputados federais eleitos, que assumem suas funções em 1º de fevereiro de 2010, conhecer, analisar e decidir pelo PNE e também sobre proposta de Decreto Legislativo que visa anular a aplicação de regulamentação proposta pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) no que diz respeito à matrícula de estudantes com deficiência nas classes comuns do ensino regular.
É o que pretende o PDC-2846/2010 Link abrirá em uma nova janela ou aba., de autoria do Deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG) que também é presidente da FENAPAES, Federação Nacional das APAES (Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais). Barbosa alega a inconstitucionalidade da Resolução 4/10 da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CBE/CNE) e propõe anular o artigo da resolução que trata do caráter complementar e/ou suplementar do atendimento educacional especializado, justificando que alunos com deficiência possam receber exclusivamente a educação oferecida pelas escolas especiais, deixando de frequentar o espaço comum das escolas regulares, tendo em vista que o projeto de decreto visa tão somente a suspensão do efeito da norma expedida pelo CNE e publicada pelo Ministro Fernando Haddad em julho de 2010 e a obrigatoriedade dos sistemas de ensino em matricular alunos com deficiência.
A principal barreira legal que o projeto do Deputado Barbosa vai encontrar pelo caminho é a legislação federal atual, que incorporou com força de emenda constitucional a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e que assegura, em seu Art. 24, um sistema educacional inclusivo em todos os níveis e prevê que todos os apoios necessários sejam dirigidos a inclusão plena dos indivíduos na sociedade. A proposta ainda impacta o desejo da Conferência Nacional de Educação (CONAE) que confirmou em abril de 2010 o sentido de universalização a partir da instituição de uma escola unificada.

Avanço nas matrículas e na qualificação
O último ano foi o segundo em que o número de alunos com deficiência matriculados em classes comuns do ensino regular superou as matrículas em escolas especiais. De acordo com o Censo Escolar 2010, o número de alunos com deficiência matriculados em todos os sistemas de ensino aumentou cerca de 10% e, segundo o INEP, isso resulta de uma maior presença social através do desenvolvimento da educação inclusiva. Por todo o país, dezenas de cursos envolvendo professores e gestores na área de educação aconteceram no sentido de qualificar a escola comum como um espaço efetivamente democrático e capaz de atender às diferenças inerentes a população de alunos, seja através dos poderes públicos municipais e estaduais como no meio universitário, atingindo novos profissionais da educação. Muitas escolas especiais, inclusive algumas APAES, redimensionaram sua forma de atendimento e passaram a atuar em regime de colaboração com a escola regular. Elas oferecem, no contraturno, o atendimento educacional especializado (AEE), que é um serviço disponibilizado aos alunos com deficiência também pelas próprias escolas e constitui a base da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, sustentada pelo MEC e recentemente regulamentada pelo CNE.

Resistências não são novidade
Não são exatamente novidade as resistências em torno da atual política de inclusão. Além das escolas especiais, que vêem seus recursos ameaçados e seus serviços com uma clientela cada vez menor, também muitas escolas particulares ainda rejeitam essa nova perspectiva de atendimento. Mesmo sendo integrantes do sistema geral de ensino e obrigadas a cumprir a legislação educacional em vigor, ainda são muito frequentes situações de constrangimento às famílias de crianças com deficiência que encontram dificuldade inclusive para matricular seus filhos e imposições contratuais desiguais, como obrigações de pagamentos adicionais e outras necessidades específicas negociadas em particular. Sob o pretexto de aumentar custos em decorrência de necessidades não habituais, cria-se um espírito de animosidade que vai encontrar solução muitas vezes judicialmente. O judiciário, por sua vez, ainda vem assimilando os valores expressos na nova ordem constitucional sobre o tema e o resultado disso são prejuízos desnecessário à população, que apenas quer ver cumpridos os seus direitos. As decisões judiciais, entretanto, cada vez mais tem favorecido aos cidadãos e também o Ministério Público tem agido como indutor de políticas públicas, orientando e fiscalizando tanto escolas públicas quanto privadas, em todas as modalidades de ensino.
No legislativo, o tema tem sido objeto de disputa e debates há pelo menos dez anos, desde que o MEC assumiu posição em prol da educação inclusiva e despertou a reação das escolas especiais, principalmente através da FENAPAES. Desde então, o debate ganhou importância na comunidade escolar, no meio acadêmico e também na cobertura jornalística, escapando do discurso especializado e ganhando relevância na sociedade de um modo geral. Em dezembro, o Senado Federal promoveu o 6º Fórum Senado Debate Brasil, com o objetivo de capacitar os agentes legislativos a observar e efetivar os princípios propostos na Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência. Resta saber se o legislativo que irá tomar posse em fevereiro próximo irá acompanhar a vontade pública expressa na CONAE e no PNE e respeitar a hierarquia legal em vigor no Brasil ou se irá prevalecer o desejo de quem quer voltar atrás na implementação da educação inclusiva, abrindo brechas para que crianças com deficiência e suas famílias voltem a submeter-se à exclusão precoce do convívio social escolar e alijando-as do direito indisponível à educação e participação plena na sociedade.
* Coordenador da revista digital Inclusive: inclusão e cidadania (www.inclusive.org.br)

Transcrevo resposta do Dr. Eduardo Barbosa (presidente da Federação Nacional da APAE e Deputado Federal)

Caro Sr. Lúcio Carvalho,
Após tomar conhecimento da mensagem que Vossa Senhoria fez circular na internet com considerações contrárias ao Projeto de Decreto Legislativo 2846, de 2010, de minha autoria, tenho a liberdade de anexar arquivo com o nosso posicionamento a respeito da matéria.
Gostaria de ter a oportunidade de tê-la divulgada em sua rede, dada a importância do respeito à divergência de opiniões.
Desde já, agradeço.
Atenciosamente,
Deputado Federal Eduardo Barbosa
PSDB/MG


 Sobre o PDC 2846, de 2010 e a mensagem que circula nos e-mails, intitulada “Importante: é preciso bloquear o avanço da exclusão e o retrocesso na educação inclusiva”
Tomei conhecimento da mensagem acima, que tem como conteúdo um manifesto contrário ao Projeto de Decreto Legislativo (PDC) nº 2846, de 2010, de minha autoria, que propõe sustar os efeitos do § 1º, do art. 29 da Resolução CNE/CEB nº 4/2010, do Conselho Nacional de Educação – CNE.
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que a nossa proposta não tem como objetivo desobrigar as escolas comuns de acolherem as matrículas de pessoas com deficiência. Nessa perspectiva, é importante salientar que o meu posicionamento enquanto Deputado Federal e presidente da Federação Nacional das APAEs, nunca foi contrário à inclusão e, pelo contrário, faço a sua defesa com muita clareza. Defesa essa, no entanto, que entende ser necessária a existência da escola especial, com o mesmo espírito em que a educação especial foi insculpida na Constituição Federal. A nossa defesa pela inclusão, passa, ainda, pela exigência de assegurar à pessoa com deficiência e a sua família o direito de decidir sobre qual escola escolher para o seu percurso educacional, nos termos da Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência. Além do mais, o processo de inclusão escolar não pode ser reduzido à oferta de matrícula e de atendimento educacional especializado nos moldes propostos pelo Ministério da Educação.
Em segundo lugar, na condição de deputado federal, eleito por Minas Gerais para cinco mandatos consecutivos, tenho compromisso político com as pessoas com deficiência e com as suas famílias em meu Estado. E a manutenção do seu direito de escolha em relação à escola e à modalidade de ensino é um dos seus principais pleitos. Assim, a prerrogativa do Mandato me levou a apresentar o PDC 2846/10, por entender que a norma do CNE restringe o direito ao invés de ampliá-lo.
Por fim, o fato de todos nós defendermos a inclusão escolar não é suficiente para dar poderes ao Conselho Nacional de Educação de legislar contrariando normas hierarquicamente superiores à aludida Resolução nº 4, cujos efeitos do § 1º, do art. 29 a nossa proposição visa sustar.
Deputado Eduardo Barbosa, Dezembro/2010

______________

AMARGO PESADELO

A CENA REAL QUE MARCOU O FILME ...

O filme Amargo Pesadelo estava sendo rodado no interior dos Estados Unidos. Odiretor fez a locação de um posto de gasolina nos confins do mundo, ondeaconteceria uma cena entre vários atores contracenando com o proprietário doposto onde ele também morava com sua mulher e filho. Este ultimo, um autista e que nunca saía do terreno da casa.
A equipe parou no posto de gasolina para abastecer e aconteceu a cena mais marcante que o diretor teve a felicidade de encaixar no filme.
Num dos cortes para refazer a cena do abastecimento, um dos atores que sendo músico sempre andava acompanhado do seu instrumento de cordas aproveitando o intervalo da gravação e já tendo percebido a presença de um garoto que dedilhava um banjo na varanda da casa aproximou-se e começou a repetir a sequência musical do garoto.
Como houve uma 'resposta musical" por parte do garoto, o diretor captou a importância da cena e mandou filmar. O restante vocês verão no vídeo.
Atentem para alguns detalhes:                    
- O garoto é verdadeiramente um autista;                    
- ele não estava nos planos do filme;                    
- A alegria do pai curtindo o duelo dos banjos... dançando                   
 - A felicidade da mãe captada numa janela da casa;                    
- A reação autêntica de um autista quando o ator músico quer cumprimentá-lo.
Vale a pena o duelo, a beleza do momento e, mais que tudo, a alegria do garoto. A sua expressão. No início está distante, mas, à medida que toca o seu banjo,ele cresce com a música e vai se deixando levar por ela, até transformar a suaexpressão num sorriso contagiante, transmitindo a todos a sua alegria.
A alegria de um autista, que é resgatada por alguns momentos, graças a um violão forasteiro. O garoto brilha, cresce e exibe o sorriso preso nas dobras da suadeficiência, que a magia da música traz à superfície.
Depois, ele volta para dentro de si, deixando a sua parcela de beleza eternizada"por acaso" no filme "Amargo Pesadelo" (Ano: 1972).
(enviado por Paulo Meyer)

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Dueling Banjos Deliverance - DUELO DOS BANJOS

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 321, DE 2010 Institui o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo

Com os cumprimentos do Senador Flávio Arns, encaminho para conhecimento, avaliação e divulgação o Projeto de Lei do Senado, PLS Nº 321/2010,  apresentado em 15/12/2010,  pelo Senador Flávio Arns, em atendimento à solicitação do segmento de atenção às Pessoas com Autismo. Ressalta-se que o referido PLS institui o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo e tramitará na  Comissão de Educação, Cultura e Esporte, em decisão terminativa, podendo receber emendas, após sua publicação e distribuição em avulsos.
Quanto ao relatório da Sugestão nº 1/2010, informamos que se encontra na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa-CDH e será relatado no início das atividades legislativas de 2011.
 Destaco, ainda, que todas as informações, endereços e contatos sobre o tema foram encaminhados ao Sr. Francisco Canindé de Oliveira, Assessor do Senador Paulo Paim. 
Esperando ter atendido aos asseios do segmento, externamos nossos agradecimentos pela confiança, desejando a todos  votos de um Feliz  Natal e venturoso Ano Novo.
 Atenciosamente 
 Ivanilde Maria Tibola
 Assessoria Senador Flávio Arns 

SENADO FEDERAL
PROJETO DE LEI DO SENADO
Nº 321, DE 2010
Institui o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Fica instituído o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo, a ser celebrado anualmente no dia 02 de abril.
Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
JUSTIFICAÇÃO
A medicina e a ciência de um modo geral sabem muito pouco sobre o autismo, embora seja uma síndrome que assusta todos os países do mundo.
Nos Estados Unidos e nas nações da Europa, por exemplo, já se fala em uma das maiores epidemias do planeta. Na década de 1990, estimava-se que havia um caso em cada 2.500 pessoas, mas hoje o número apresentado é realmente assustador: existe uma pessoa com autismo em cada grupo de 120 norte-americanos ou europeus. De acordo com estimativas, há mais de 35 milhões de pessoas com autismo em todo o planeta, problema que afeta não só a vida desses indivíduos, no tocante à forma como se comunicam e interagem, mas também a dinâmica de suas famílias.
Com esse quadro alarmante e com o objetivo de alertar a população do planeta sobre o problema do autismo, que alcança graves proporções, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) criou, em 2008, o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo (World Autism Awareness Day), que acontece no dia 02 de abril de cada ano.
Agora, em 2010, por ocasião da campanha sobre o autismo, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou a importância da inclusão social: “Lembremo-nos que cada um de nós pode assumir essa responsabilidade. Vamos nos unir às pessoas com autismo e suas famílias para uma maior sensibilização e compreensão”. Mencionou, ainda em sua fala, a complexidade do autismo que, sem sombra de dúvidas, precisa de muita pesquisa.
Na mesma ocasião, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lembrou a importância da data: “Temos feito grandes progressos, mas os desafios e as barreiras ainda permanecem para os indivíduos do espectro do autismo e seus entes queridos”.
Ademais, após lembrar as políticas de seu governo, direcionadas ao problema do autismo, afirmou: “Com cada nova política para romper essas barreiras e com cada atitude para novas reformas, nos aproximamos de um mundo livre de discriminação, onde todos possam alcançar seu potencial máximo”.
No Brasil, a situação começa a preocupar: há uma estimativa (resultado de pesquisa realizada pelo Projeto Autismo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo) de que havia, em 2007, cerca de 1 milhão decasos de autismo. É, pois, urgente que a população brasileira seja alertada sobre a gravidade da situação. E é igualmente urgente que se criem mecanismos de estímulo às autoridades no sentido de implementarem políticas de saúde pública para o tratamento e o diagnóstico do autismo e, também, de apoio às pesquisas na área. Afinal, só a pesquisa poderá nos oferecer estatísticas confiáveis para termos ideia da dimensão dessa realidade no Brasil; só a pesquisa pode nos trazer respostas para melhores diagnósticos e intervenções mais eficazes, para, com isso, oferecer mais qualidade de vida às pessoas com autismo e a suas famílias.
Assim, entendemos ser hora de criar, também no Brasil, uma oportunidade para a realização de debates e de campanhas de alerta; uma oportunidade de conscientizar a população do País sobre o autismo e, com isso, evitar situações de discriminação contra as pessoas acometidas pela síndrome, permitindo-lhes participar da vida em sociedade e exercer plenamente sua cidadania.
Por essa razão, entendemos ser hora de estabelecer um dia nacional para essa mobilização, permitindo ao Brasil unir-se, de forma mais contundente, aos esforços mundiais pela conscientização sobre o autismo. Nesse sentido e com a certeza de ser essa uma causa justa e humana, esperamos contar com o apoio dos nobres colegas para a aprovação desta proposta.
Sala das Sessões,
Senador FLÁVIO ARNS
(À Comissão de Educação, Cultura e Esporte, em decisão terminativa.)
Publicado no DSF, em 16/12/2010.
Secretaria Especial de Editoração e Publicações do Senado Federal – Brasília-DF
OS: 15965/2010

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Educação e inclusão: ano-velho ou ano-novo?

      Em resposta à equipe Inclusive:
      Educação e inclusão: ano-velho ou ano-novo?

      Experiências da Rede Apae na inclusão escolar
http://www.apaebrasil.org.br/temas/entidade2/img/caixaAzulTitDir.gif

http://www.apaebrasil.org.br/temas/entidade2/img/caixaAzulCimaEsq.gif
http://www.apaebrasil.org.br/temas/entidade2/img/caixaAzulCimaDir.gif
Após décadas de existência e de profundas mudanças sócio-culturais no tocante a questão da deficiência no Brasil e no mundo, a Rede Apae tem acompanhado, junto a outras organizações sociais, uma mudança de paradigma sobre a questão da inclusão escolar. Tais mudanças influenciam diretamente na vida das pessoas com deficiência intelectual, no funcionamento da entidade, no foco de sua prestação de serviços e nas suas ações de articulação de promoção de políticas.

A maioria das Apaes possui, além de outros serviços e áreas de atuação, a estrutura de escola especial. Tendo um conhecimento acumulado de décadas de atendimento e defesa de direitos a pessoa com deficiência intelectual e múltipla (em todo o seu ciclo de vida, além da prevenção), a Apae hoje possui um posicionamento claro e responsável sobre a questão da inclusão escolar.

 Apae é a favor de um processo de inclusão escolar gradativo (processual) e responsável, com o qual as escolas comuns sejam devidamente preparadas para o recebimento dos estudantes, que necessitam não apenas de recursos para acessibilidade física, mas, sobretudo de treinamento de professores, preparação dos alunos, dentre outras ações. Além disso, a Rede Apae defende o direito de escolha da pessoa com deficiência intelectual e de sua família sobre o local onde deseja estudar.

Tendo como premissa a inclusão responsável, a Federação Nacional das Apaes reúne e divulga, nesta página, experiências de Apaes de todo o Brasil que há muito tempo lutam para incluir e/ou acompanhar seus alunos na rede de ensino.


Exp


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010








Cientistas do Reino Unido desenvolveram uma nova forma de escaneamento cerebral que leva apenas quinze minutos para diagnosticar autismo em adultos, com 90% de acurácia. Eles esperam usar o exame para diagnosticar o autismo em crianças.
 
A Dra. Christine Ecker, conferencista no Department of Forensic and Neurodevelopmental Sciences from the Institute of Psychiatry (IoP) do King's College, de Londres, juntamente com o supervisor Dr. Declan Murphy, professor de psiquiatria e maturação cerebral no IoP e colaboradores escreveram sobre esta nova experiência a ser publicada no The Journal of Neuroscience em 11 de agosto de 2010.

Usando um scanner de ressonância nuclear magnética (RNM) e técnicas de imagens em 3D, os cientistas analisaram a estrutura, a forma e a espessura da substância cinzenta do cérebro, procurando por marcadores do autismo.

Foram estudados os cérebros de 59 homens adultos entre 20 e 68 anos. Vinte dos participantes tiveram diagnóstico1 de autismo e 19 de déficit de atenção. Os outros eram homens saudáveis do grupo controle.

Primeiro os participantes passaram pela avaliação tradicional que inclui teste de QI, entrevista com psiquiatra, exame físico e exames laboratoriais. Depois, todos fizeram o novo escaneamento cerebral usando imagens em 3D, o qual mostrou alta efetividade em identificar os indivíduos que tinham sido diagnosticados com autismo.

Os cientistas concluíram que o novo método fornece um diagnóstico1 rápido e acurado baseado em marcadores biológicos que detectam o autismo.

Alguns especialistas advertem que mais pesquisas são necessárias antes que o novo método seja amplamente utilizado.

Fonte: The Journal of Neuroscience


VOCÊ SABE AS ESTATÍSTICAS DO AUTISMO?






Estatísticas do autismo mostram que 1 em 166 crianças são diagnosticadas com autismo. Eles também dizem que 1 em cada 104 homens serão diagnosticados. O que significa que os machos são quatro vezes mais probabilidade de serem diagnosticados com autismo do que as fêmeas. Isso também significa que uma estimativa de 67 crianças são diagnosticadas por dia.

Não há uma contagem de população total de todos os indivíduos com autismo nos Estados Unidos. No entanto, usando as estatísticas do autismo já foi referido, podemos estimar que se 4 milhões de crianças nascidas nos Estados Unidos a cada ano, cerca de 24.000 dessas crianças, eventualmente, ser diagnosticado com autismo. Mais crianças serão diagnosticadas com autismo este ano do que com AIDS, diabetes e câncer combinados.

Estatísticas também mostram que o autismo é atualmente o mais rápido a incapacidade crescente de desenvolvimento, com um crescimento de 10% para 17% anuais. Assumindo que a taxa de ocorrência tem sido uma constante ao longo das últimas duas décadas, podemos estimar que cerca de 500.000 indivíduos com menos de 21 têm autismo. No entanto, muitos desses indivíduos não podem ser classificados como tendo autismo até a idade escolar ou mais tarde. Como os comportamentos relacionados ao autismo geralmente estão presentes antes da idade de 3, é importante certificar-se os indivíduos estão sendo identificados e estão a receber serviços de intervenção adequadas tão cedo quanto possível. O tratamento pode ser iniciado mais cedo, melhor para a criança. Não só é melhor para a criança, mas o custo dos cuidados ao longo da vida também pode ser reduzida em 2 / 3 com o diagnóstico precoce e intervenção.

O autismo foi introduzido como uma excepcionalidade de educação especial em 1991 e agora é o sexto mais comum de deficiência classificados nos Estados Unidos.

sábado, 25 de dezembro de 2010


oglobo.globo.com             Publicada em 25/12/2010 às 15h08m
AP
RALEIGH, Carolina do Norte - Victor Pauca desembrulhou muitos presentes neste Natal, mas o menino de cinco anos já tinha recebido o melhor presente possível esse ano: a capacidade de se comunicar. Victor tem um rara doença genética que atrasa o desenvolvimento de várias habilidades, entre elas a fala. Para ajudar ele e outras crianças com o mesmo problema, seu pai, Paul, e alguns estudantes da Universidade de Wake Forest criaram um aplicativo para o iPad que transforma a tela sensível ao toque numa ferramenta de comunicação.
Com o VerbalVictor pais e responsáveis podem tirar fotos e gravar frases relacionadas a elas. Essas imagens são transformadas em botões na tela que a criança usa para se comunicar. Uma figura de um quintal, por exemplo, pode vir acompanhada de uma frase como "Quero sair para brincar". Quando Victor toca essa imagem, seus pais ou professoras sabem o que ele quer fazer.
O usuário grava a voz, então a criança tem alguma familiaridade com aquilo. Não é robótico
- O usuário grava a voz, então a criança tem alguma familiaridade com aquilo. Não é robótico - explica Paul Pauca.
O aplicativo deve estar à venda na iTunes App Store na semana que vem por US$ 10. Ele faz parte de um grupo cada vez maior de programas feitos para facilitar a vida de pessoas com deficiências. A categoria vem se expandindo tão rápido que a Apple criou uma listagem especial na loja online.
Novos aplicativos surgem a cada semana, desde o Sign4Me, que ensina língua dos sinais com avatares animados, até o ArtikPix, que ajuda professores e fonoaudiólogos a melhores a articulação das palavras em crianças.
- O aplicativo abre a mente dele para nós, pois podemos saber o que ele está pensando - diz a mãe de Victor, Theresa.
O menino é portador da síndrome de Pitt Hopkins, que atinge apenas outras 50 pessoas nos EUA. A doença atrasa o desenvolvimento de habilidade cognitivas, motoras e de linguagem. O progresso de Victor tem sido muito bom em vários aspectos - ele aprendeu a andar com dois anos, quando muitos na sua condição só conseguem com 10.
A família Pauca tentou várias dispositivos para ajudar seu filho. Muitos exigiam papéis para imprimir os símbolos, outros eram muito caros. Um modelo similar ao usado pelo famoso físico Stephen Hawking pode custar até US$ 8.200.
Paul Pauca, um professor de ciência da computação, decidiu que ele e alguns de seus estudantes podiam fazer melhor. Em janeiro começaram a trabalhar num aplicativo que tirasse proveito da versatilidade do iPhone - e depois também do iPad. Como o hardware já existia e o trabalho foi feito como parte da aula, não houve custo de desenvolvimento. O protótipo ficou pronto no meio do ano.
- Não somos uma grande empresa, por isso podemos vender o aplicativo por US$ 10 - diz Tommy Guy, um dos alunos de Pauca e agora candidato a doutorado na Universidade de Toronto.
Jim Tobias, presidente da empresa de consultoria Inclusive Technologies e especialista em tecnologia acessível, comemora o fato do programa usar um aparelho popular, que custa centenas de dólares e não milhares. Quem já tem um iPhone ou um iPad paga apenas US$ 10, "em vez de se arriscar gastando US$ 1.000" com máquinas especializadas, diz ele.
  

Pastas e pranchas confeccionadas para nossos alunos autistas-APAE de Itabira