Hoje,
protegido e longe do terror que viveu no primeiro dia do curso de medicina,
Luiz Fernando mostra o rosto pela primeira vez. Vítima de trote violento, ele
ficou um mês escondido com medo de ameaças e agressões.
“Chutes,
garrafadas, chutes de pontapé. Muitas vezes alguém dava tapa quando eu estava
andando”, conta Luiz Fernando.
Aos 22 anos,
Luiz Fernando passou em um vestibular muito disputado. Órfão de pai, vive com a
mãe e um irmão em uma cidade da periferia de Belo Horizonte. Ele tinha um
sonho: “Queria fazer medicina porque eu tenho um irmão deficiente, queira
ajudar ele a ter melhor condições de vida”, revela.
Entrou na
respeitada Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, no interior de São
Paulo. “Vivi os piores momentos da minha vida. Com o tempo fui percebendo que o
sonho virou terror na minha vida. Tudo foi só sofrimento”, conta Luiz Fernando.
Luiz
Fernando tem autismo, um transtorno que dificulta o convívio social. No caso
dele, a doença tem um grau leve. “Então, ele é um autismo de alto
funcionamento. É um rapaz muito inteligente, mas tem prejuízos na linguagem”,
explica a pedagoga Ozana Leal.
Fonte: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/04/vivi-os-piores-momentos-da-minha-vida-diz-jovem-sobre-trotes.html