"Não devemos permitir que uma só criança fique em sua situação atual sem desenvolvê-la até onde seu funcionamento nos permite descobrir que é capaz de chegar. Os cromossomos não têm a última palavra". (Reuven Feuerstein)

domingo, 27 de março de 2011

SÍNDROME DE TOURETTE


Ao REPÓRTER DE DAILY MAIL

Último atualizado no 8:18 em 25 março, 2011

Hope for Tourette sufferers: Children who have the condition could learn how to control their tics with therapy
Esperança para quem sofre de Tourette: As crianças que têm a condição pode aprender a controlar os seus tiques com terapia comportamental  pode ajudar a reduzir os sintomas de crianças que sofrem de síndrome de Tourette, um estudo sugere. 
Os investigadores descobriram que os cérebros das crianças com o problema de desenvolver de uma forma única que lhes permite controlar seu comportamento motor - o que é os mecanismos cerebrais envolvidos no controle do movimento multisensorial.
O estudo mostrou que, em muitos casos, o cérebro tenta compensar o estado, através da reorganização de sua estrutura durante a adolescência.
Os cientistas acreditam que incentivar este processo com a terapia comportamental pode ajudar os jovens a aprender a controlar seus sintomas de forma mais rápida e eficaz.
síndrome de Tourette é uma condição hereditária que afeta uma criança na escola em 100. 
Caracteriza-se por 'tiques' - sons involuntários e incontroláveis ​​e movimentos que podem causar profunda angústia e constrangimento para o sofredor.
A nova abordagem poderia fornecer uma alternativa às terapias de droga baseado em que pode ter efeitos secundários indesejáveis, incluindo ganho de peso e depressão.
O líder do estudo o professor Stephen Jackson, da Faculdade de Psicologia da Universidade de Nottingham, disse: 'Nós já haviam demonstrado anteriormente, paradoxalmente, que as crianças com síndrome de Tourette ter maior controle sobre seu comportamento motor de crianças com desenvolvimento típico da mesma idade, e que tinham especulado que era devido a mudanças compensatórias no cérebro que ajudou estas crianças controlar seus tiques.


Read more: http://www.dailymail.co.uk/health/article-1369622/Tourette-syndrome-symptoms-reduced-aid-behavioural-therapy.html#ixzz1HmtR8i1p

terça-feira, 22 de março de 2011

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: EDUCADORES EM MG SÃO CAPACITADOS


Educadores são capacitados para compreender educação inclusiva


Divulgação/SEE MG
A quinta turma do curso contará com a participação de 1653 profissionais
A quinta turma do curso contará com a participação de 1653 profissionais
BELO HORIZONTE (21/03/11) - Educadores de Minas Gerais vão iniciar um curso de atualização que vai ampliar as habilidades desses profissionais para lidar com alunos com deficiência. Ofertado pela Secretaria de Estado de Educação (SEE), por meio da Diretoria de Educação Especial, o curso de Atualização em Educação Inclusiva para Servidores da Educação capacita educadores da rede pública. Nesta segunda-feira (21), terá início a quinta turma do curso, da qual vão participar 1653 profissionais.
Nas quatro primeiras turmas, o curso capacitou cerca de 12 mil educadores e, após esta quinta etapa, 13.745 terão passado pelo treinamento. O investimento no programa chega a R$ 8,5 milhões. Passam pela capacitação, educadores da rede estadual, mas também foram abertas vagas para professores de redes municipais de ensino do Estado. O intuito das aulas não é o de formar especialistas, mas o de preparar o profissional para a educação inclusiva. “O professor aprende sobre os diferentes tipos de deficiência, os recursos de acessibilidade disponíveis e os apoios que cada estudante pode obter. Ele não se torna um especialista, mas passa a perceber as diferenças entre os ritmos de aprendizagem dos seus alunos”, explica a diretora de Educação Especial da SEE, Ana Regina de Carvalho.
Segundo Ana Regina, o curso auxilia o professor a lidar com as necessidades dos alunos com deficiência que frequentam a escola comum. Um aluno cego, por exemplo, exige que o professor tome alguns cuidados durante a explicação de uma determinada matéria. “Numa aula de geografia, se o professor vai apontar a localização de um lugar em um mapa desenhado no quadro, ele pode ficar ao lado do aluno e guiar o dedo dele no mapa em braile. São pequenas ações que fazem diferença na inclusão e ajudam no aprendizado”, exemplifica Ana Regina.
Curso a distância
O curso de Atualização em Educação Inclusiva para Servidores da Educação tem duração de 120 horas/aula, que são ofertadas a distância ao longo de sete meses. Ele é oferecido pela PUC Minas Virtual, unidade da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, que oferece cursos a distância em diversas áreas. Quem passa pela capacitação cursa várias disciplinas sobre educação inclusiva e processos de aprendizagem. “O curso não vai trabalhar especificamente as áreas da deficiência, ele dá um panorama dessas deficiências. O objetivo maior é qualificar os professores para que eles possam mudar o olhar quanto à diversidade do aluno e construir os processos de aprendizagem na escola”, explica a coordenadora do PUC Minas Virtual, Maria do Carmo Menicucci.
Ao final do curso, os educadores preparam um diagnóstico sobre a escola na qual trabalham e listam as ações necessárias para garantir a educação inclusiva. Rubiamary Machado Figueiró é vice-diretora da Escola Estadual Jason de Morais, na cidade de Berilo, no Norte de Minas, e fez o curso em 2009. Em sua escola, há três alunos com deficiência. Um com baixa visão, outro com surdez  e outro com deficiência física. Segundo a vice-diretora, a forma de lidar com esses estudantes mudou. “A gente lidava com esses alunos e não tinha um conhecimento específico. Passamos a prestar mais atenção nas necessidades deles e fazer as adaptações necessárias”, explica. “Vai da forma de explicar um teste, até fazer um documento específico. No caso do aluno com baixa visão, por exemplo, temos que montar uma prova com letras maiores. Cada aluno tem sua especificidade”, complementa.
Fonte: @eduardobarbosa_ Brasil, Minas Gerais

sexta-feira, 11 de março de 2011



Por Paiva Junior
Sim, 90% dos tipos de autismo têm causas genéticas e poderão ser curados num futuro (que desejamos ser próximo), assim como a Síndrome de Rett. A conclusão é do neurocientista Alysson Muotri, que trabalha na pesquisa da cura do autismo nos EUA.
Em entrevista exclusiva com o neurocientista, que trabalha e reside em San Diego, na California, foi possível entender melhor o que a mídia mundial noticiou há três semanas: uma esperança para a cura do autismo. Aliás, as palavras “cura” e “autismo” jamais estiveram juntas na história da ciência. Só por esse fator, o trabalho já é um marco. Além de Alysson, os neurocientistas Carol Marchetto e Cassiano Carromeu formam o talentoso trio brasileiro que lidera esse trabalho.
Todas as reportagens citavam a cura do autismo. As mais detalhadas, porém, diziam que o tipo de autismo era a síndrome de Rett apenas. Sem entrar na discussão de Rett estar ou não incluída no espectro autista, isso incomodou muita gente e algumas pessoas que se animaram com a notícia se desapontaram ao saber que o trabalho foi feito apenas com  essa síndrome -- que afeta quase que somente meninas (pois os meninos afetados morrem precocemente). Muitos diziam: “síndrome de Rett não é autismo!”. Então de nada valeria a pesquisa para os autistas.
Certo? Errado.

Alysson não gosta de comentar trabalhos ainda não publicados, porém me revelou com exclusividade que seu próximo trabalho é exatamente o mesmo feito com síndrome de Rett, porém utilizando pacientes com autismo clássico, que deverá ser publicado em algum momento de 2011. E ainda adiantou que os resultados de um subgrupo dessa pesquisa foi o mesmo que conseguiu com os Rett: “os sintomas são similares aos de Rett, mas ainda não tentamos a reversão propriamente dita, mas acreditamos que deva funcionar da mesma forma; os experimentos estão incubando; tudo isso é muito recente ainda. E a filosofia é a mesma: se curar um neurônio, ele acredita que poderá curar o cérebro todo. Quando perguntei se ele já sabe onde será publicado esse trabalho e se tinha mais detalhes, a resposta foi imediata: “Não, ainda é muito cedo, precisamos terminar uma serie de experimentos”. Essa nova pesquisa envolveu vinte pacientes com autismo clássico. “Em alguns casos conseguimos descobrir a causa genética, o que facilita mais a interpretação dos dados”, explicou o brasileiro. Aliás, segundo ele, seria possível identificar o autismo em um exame, usando essa mesma técnica, mas isso hoje seria imensamente caro e complexo, portanto ainda inviável.
A droga para essa possível cura, possivelmente uma pílula, segundo Alysson deve vir em cinco ou dez anos, mas ele adverte: “Não se esqueça que a ciência muitas vezes dá um salto com grandes descobertas. Previ que este meu estudo demoraria uns dez anos e consegui fazê-lo em três anos”, explicou ele, referindo-se à descoberta do japonês Yamanaka de fazer uma célula “voltar no tempo” e reprogramá-la (veja explicação neste link), o que “acelerou” o trabalho do neurocientista.
Outra informação importante revelada por Alysson foi que ainda não se sabe como se comportará o cérebro quando curado do autismo. Tanto a pessoa pode simplesmente “acordar” do estado autista e passar a ter desenvolvimento típico (“normal”), como pode dar um “reset” no cérebro e ter que aprender tudo de novo, do zero, mas aprendendo naturalmente como as crianças neurotípicas (com desenvolvimento “normal”). Pode ser que a pessoa “curada” de autismo passe a ter outros gostos e interesses e até perder algumas habilidades que tinha antes, supõe o pesquisador brasileiro, que ainda tem um longo caminho pela frente no aprimoramento da sua técnica e na busca pela droga mais eficiente, que é o próximo passo das pesquisas. “É um trabalho importante, pois hoje há 1 autista para cada 105 crianças nos EUA”, informa ele.

INTERESSE DA INDÚSTRIA

Por último, ele revelou na entrevista que a indústria farmacêutica já o procurou, mas o laboratório vai seguir de forma independente também, com menos investimento, mas sem muito medo de riscos na busca pela cura definitiva do autismo para todas as idades, que é o desejo do palmeirense Alysson Muotri.
Esses laços evidentes com o país natal, faz o cientista “investir” em ajudar e incluir o Brasil nas pesquisas. Há uma parceria dele com uma equipe da USP (Universidade de São Paulo). A bióloga Karina Griesi Oliveira, passou um ano com os brasileiros na California aprendendo essa nova técnica de reprogramação celular (leia mais neste link da revista Pesquisa, da Fapesp). “Com colaboração da Karina, estamos também trabalhando com alguns pacientes brasileiros”, destacou o paulistano, que também graduou-se na USP.
Muitos dados citados na entrevista, como a estatística de 1 para 105 ainda nem foram publicados, pois, como diz Alysson, estamos lidando aqui com a “nata” da ciência: É a “cutting-edge science”, definiu ele, em inglês. “Esse número foi divulgado na ultima reunião da Sociedade de Neurociências, realizada em novembro de 2010, em San Diego (EUA)”, contou ele, que lidera onze pessoas em sua equipe, que, em alguns momentos, chegou a ter vinte integrantes.
Os detalhes da pesquisa estão na coluna quinzenal "Espiral" de Alysson no portal G1 e a minha entrevista exclusiva completa com o neurocientista brasileiro -- que durou uma hora e dez minutos -- você poderá ler, na íntegra, na próxima edição da Revista Autismo, que sai no primeiro trimestre de 2011 -- valerá a pena aguardar!
Talvez hoje ainda não possamos dizer que o autismo é curável. Mas agora também não se pode mais dar a certeza de que seja incurável.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Filme Amargo Pesadelo - não é autista


EXPLICAÇÃO:

Amargo Pesadelo(Deliverance) é um filme de 1972 dirigido por John Boorman, baseado no romance de mesmo nome escrito por James Dickey. O escritor aparece no filme, no papel de um xerife.

A cena do Duelo de Banjos não é "real". O jovem (na época, com 16 anos) Billy Redden foi escolhido na sua escola, Clayton Elementary School, devido a sua aparência, mas não é autista, nem tem qualquer outra deficiência. Ele não sabia tocar banjo e, assim, foi usado um truque de filmagem - um músico se posicionou atrás dele e tocou o banjo por dentro das mangas de sua camisa. Foi usada maquiagem para fazê-lo parecer mais "esquisito". Além disso, a cena estava nos planos do filme, pois o personagem Lonnie, com deficiência intelectual, está presente no livro que inspirou o filme.

A wikipedia o apresente como um ator americano, mas Billy trabalha na lanchonete em que é um dos proprietários em sua cidade natal, Clayton, na Geórgia.

Jon Voight, que atuou no filme, o descreveu como tendo "um desequilíbrio genético" e sendo um "camarada muito falante".

Somente em 2003 Redden reapareceu em um filme, Peixe Grande"Big Fish", de Tim Burton. Em 2004, apareceu no programa Blue Collar TV.

Por favor, divulgue esta informação, para tentarmos minimizar o impacto negativo que tem a ideia de que todo autista é"superdotado".

http://cronicaautista.blogspot.com/

DIA MUNDIAL DA CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO




Não foi à toa que a ONU (Organização das Nações Unidas) decretou todo 2 de abril como sendo o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (World Autism Awareness Day), desde 2008. Este é o quarto ano do evento mundial, que pede mais atenção ao transtorno do espectro autista (nome oficial do autismo), que é mais comum em crianças que AIDS, câncer e diabetes juntos.
No Brasil -- além do cartaz (ao lado) e do vídeo da campanha --, a data será lembrada com a iluminação em azul (cor definida para o autismo) de vários prédios e monumentos importantes, entre eles, o Cristo Redentor (no Rio de Janeiro) -- que acabou de inaugurar uma moderna iluminação de LED --, a Ponte Estaiada, o Monumento às Bandeiras e o Viaduto do Chá (todos em São Paulo) e o prédio do Senado em Brasília . No restante do mundo, outros importantes pontos acenderão sua “luz azul”, como no ano passado o prédio Empire State, em Nova York (Estados Unidos) e a CN Tower, em Toronto, (Canadá).

O autismo é uma síndrome complexa e muito mais comum do que se pensa. Atualmente, o número mais aceito no mundo é a estatística do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão do governo dos Estados Unidos: uma criança com autismo para cada 110. Estima-se que esse número possa chegar a 2 milhões de autistas no país, segundo o psiquiatra Marcos Tomanik Mercadante citou em audiência pública no Senado Federal no fim de 2010, onde discute-se uma lei exclusiva para o autismo, liderada pelo senador Paulo Paim (PT-RS). Mercadante é um dos autores da primeira (e por enquanto única) estatística brasileira, num programa piloto por amostragem na cidade de Atibaia (SP), que registrou naquela amostragem incidência de uma para cada 333 crianças -- publicada no final de fevereiro último. No mundo, segundo a ONU, acredita-se ter mais de 70 milhões de pessoas com autismo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem. A incidência em meninos é maior, tendo uma relação de quatro meninos para uma menina com autismo.

No ano passado, um discurso do presidente dos Estados Unidos, no dia 2, lembrou a importância da data: “Temos feito grandes progressos, mas os desafios e as barreiras ainda permanecem para os indivíduos do espectro do autismo e seus entes queridos. É por isso que minha administração tem aplicado os investimentos na pesquisa do autismo, detecção e tratamentos inovadores – desde a intervenção precoce para crianças e os serviços de apoio à família para melhorar o suporte para os adultos autistas”. Barack Obama ainda concluiu: “Com cada nova política para romper essas barreiras, e com cada atitude para novas reformas, nos aproximamos de um mundo livre de discriminação, onde todos possam alcançar seu potencial máximo”.
No Brasil, é preciso alertar, sobretudo, as autoridades e governantes para a criação de políticas de saúde pública para o tratamento e diagnóstico do autismo, além de apoiar e subsidiar pesquisas na área. Somente o diagnóstico precoce, e conseqüentemente iniciar uma intervenção precoce, pode oferecer mais qualidade de vida às pessoas com autismo, para a seguir iniciarmos estatísticas na área e termos idéia da dimensão dessa realidade no Brasil. E mudá-la.

Vários níveis no espectro

World Autism Awareness DayO autismo faz parte de um grupo de desordens do cérebro chamado de transtorno invasivo do desenvolvimento (TID) – também conhecido como transtorno global do desenvolvimento (TGD). Para muitos, o autismo remete à imagem dos casos mais graves, mas há vários níveis dentro do espectro autista. Nos limites dessa variação, há desde casos com sérios comprometimentos do cérebro além de raros casos com diversas habilidades mentais, como a Síndrome de Asperger (um tipo leve de autismo) – atribuído inclusive a aos gênios Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Mozart e Einstein. Mas é preciso desfazer o mito de que todo autista tem um “superpoder”. Os casos de genialidade são raríssimos.

A medicina e a ciência de um modo geral sabem muito pouco sobre o autismo, descrito pela primeira vez em 1943 e somente 1993 incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID 10) da Organização Mundial da Saúde como um transtorno invasivo do desenvolvimento. Muitas pesquisas ao redor do mundo tentam descobrir causas, intervenções mais eficazes e a tão esperada cura. Atualmente diversos tratamentos podem tornar a qualidade de vida da pessoa com autismo sensivelmente melhor. E vale destacar que o neurocientista brasileiro Alysson Muotri conseguiu um primeiro passo para uma possibilidade futura de cura, em seu trabalho na Califórnia (EUA). Ele curou um neurônio autista em laboratório e trabalha no progresso de sua técnica na Universidade de San Diego. Tão importante quanto descobrir a cura, é permitir que os autistas de hoje sejam incluídos na sociedade e tenham mais qualidade de vida e respeito.

Paiva Junior é jornalista, editor-chefe da Revista Autismo(http://RevistaAutismo.com.br