A polêmica sobre a Lei Menino Bernardo, aprovada em maio de 2014, e que proíbe a aplicação de castigos físicos em crianças, continua aquecendo muitas discussões. Mas, se você, que atua na Primeira Infância, acredita que é possível educar e estabelecer limites sem o uso de tapas, palmadas e afins, vai gostar deste post, que traz uma novidade importante ao seu trabalho com famílias de crianças pequenas.
Este post foi inspirado na matéria publicada no site Uai, de autoria de Valéria Mendes. A
introdução dele é tão didática, que resolvemos publicá-la aqui:
“O raciocínio é simples. Digamos que algum parente ou o seu
melhor amigo derramasse uma taça de vinho na toalha branquinha que você
escolheu para estrear naquele almoço
especial. Você gritaria ou bateria em algum deles? Agora suponhamos que um ou
outro não comesse todo o alimento que eles próprios colocaram no prato. Você
insistiria, tentaria forçar a comida goela abaixo, perderia e paciência e se
exaltaria? E se algum deles começasse a chorar? Sua reação seria tentar
entender o motivo ou simplesmente ignorar a reação?”.
A repórter ilustra situações cotidianas de famílias e faz
essa reflexão sobre como lidar com elas, lembrando que crianças são bem mais
frágeis que os adultos, também mais passíveis de cometer erros, afinal,
estão aprendendo. Por isso, é que precisam de mais paciência e compaixão dos
adultos.
Ela também explora a bandeira de muitos adultos que, contra a
Lei, argumentam que sem tapas ou palmadas estaremos criando uma geração de
crianças mimadas. Mas, ela mesma rebate esse argumento, lembrando os números
alarmantes dos 85% dos casos de abuso físico violento que começam com uma
palmada.
É claro que quando um adulto bate na criança, por mais “leve”
que seja, ele está irritado, mesmo que minimamente. Diante dos desafios dos
pequenos à sua autoridade (que é uma dinâmica natural entre pais e filhos e faz
parte do desenvolvimento infantil), ele pode ficar mais bravo e aumentar a
potência da palmada… E assim por diante. O que se sabe é que as agressões
contra a criança são a quarta causa de óbito entre meninos e meninas de zero a
nove anos no País. E isso tem de acabar.
Ao invés de mostrar o que é bom e o que não é, a palmada, e
qualquer outro artifício desse tipo, pode virar agressão mais grave, longe de
ser educativa.
Pensando em mostrar aos pais que sem palmada é possível criar
crianças saudáveis, educadas, sabedoras de seus limites, o grupo ‘Crescer sem
violência’ e seus parceiros elaboraram uma cartilha sobre por que e como educar
sem agressão física.
O documento foi traduzido de um projeto da autoria de Al
Crowell que, no seu estudo, mostra as diferentes reações de meninos e meninas
às palmadas. Também comenta que dificuldades de aprendizado, de relacionamento,
isolamento podem ser consequências dessas agressões.
A cartilha é um instrumento de conscientização de
famílias no seu trabalho pela Primeira Infância. Além de ter uma linguagem
simples, ela explora os cinco estágios do desenvolvimento infantil e a
importância de cada um deles na formação do indivíduo.
Todos os conceitos partem da experiência de um casal e sua
criança pequena, em diálogos e narrativas como os de histórias em quadrinhos.
Há questões para reflexão, sugestões de leitura e algumas orientações de como
agir em determinadas situações.
Vale a pena fazer o download,
que é gratuito, e usar mais esta ferramenta para seu trabalho em favor de um
saudável e pleno desenvolvimento infantil.
Fonte:http://www.desenvolvimento-infantil.blog.br/da-pra-educar-sem-palmada-e-o-que-ensina-uma-cartilha/
Fonte:http://www.desenvolvimento-infantil.blog.br/da-pra-educar-sem-palmada-e-o-que-ensina-uma-cartilha/