"O meu amor, dedicação, carinho, sonhos de um futuro transcendente, vai para minhas queridas crianças autistas, que, de forma silenciosa e, até muitas vezes geniais, nos revelam um lado inexplorado do ser humano."
"Não devemos permitir que uma só criança fique em sua situação atual sem desenvolvê-la até onde seu funcionamento nos permite descobrir que é capaz de chegar. Os cromossomos não têm a última palavra". (Reuven Feuerstein)
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 321, DE 2010 Institui o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo
Com os cumprimentos do Senador Flávio Arns, encaminho para conhecimento, avaliação e divulgação o Projeto de Lei do Senado, PLS Nº 321/2010, apresentado em 15/12/2010, pelo Senador Flávio Arns, em atendimento à solicitação do segmento de atenção às Pessoas com Autismo. Ressalta-se que o referido PLS institui o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo e tramitará na Comissão de Educação, Cultura e Esporte, em decisão terminativa, podendo receber emendas, após sua publicação e distribuição em avulsos.
Quanto ao relatório da Sugestão nº 1/2010, informamos que se encontra na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa-CDH e será relatado no início das atividades legislativas de 2011.
Destaco, ainda, que todas as informações, endereços e contatos sobre o tema foram encaminhados ao Sr. Francisco Canindé de Oliveira, Assessor do Senador Paulo Paim.
Esperando ter atendido aos asseios do segmento, externamos nossos agradecimentos pela confiança, desejando a todos votos de um Feliz Natal e venturoso Ano Novo.
Atenciosamente
Ivanilde Maria Tibola
Assessoria Senador Flávio Arns
Ivanilde Maria Tibola
Assessoria Senador Flávio Arns
SENADO FEDERAL
PROJETO DE LEI DO SENADO
Nº 321, DE 2010
Institui o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Fica instituído o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo, a ser celebrado anualmente no dia 02 de abril.
Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
JUSTIFICAÇÃO
A medicina e a ciência de um modo geral sabem muito pouco sobre o autismo, embora seja uma síndrome que assusta todos os países do mundo.
Nos Estados Unidos e nas nações da Europa, por exemplo, já se fala em uma das maiores epidemias do planeta. Na década de 1990, estimava-se que havia um caso em cada 2.500 pessoas, mas hoje o número apresentado é realmente assustador: existe uma pessoa com autismo em cada grupo de 120 norte-americanos ou europeus. De acordo com estimativas, há mais de 35 milhões de pessoas com autismo em todo o planeta, problema que afeta não só a vida desses indivíduos, no tocante à forma como se comunicam e interagem, mas também a dinâmica de suas famílias.
Com esse quadro alarmante e com o objetivo de alertar a população do planeta sobre o problema do autismo, que alcança graves proporções, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) criou, em 2008, o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo (World Autism Awareness Day), que acontece no dia 02 de abril de cada ano.
Agora, em 2010, por ocasião da campanha sobre o autismo, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou a importância da inclusão social: “Lembremo-nos que cada um de nós pode assumir essa responsabilidade. Vamos nos unir às pessoas com autismo e suas famílias para uma maior sensibilização e compreensão”. Mencionou, ainda em sua fala, a complexidade do autismo que, sem sombra de dúvidas, precisa de muita pesquisa.
Na mesma ocasião, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lembrou a importância da data: “Temos feito grandes progressos, mas os desafios e as barreiras ainda permanecem para os indivíduos do espectro do autismo e seus entes queridos”.
Ademais, após lembrar as políticas de seu governo, direcionadas ao problema do autismo, afirmou: “Com cada nova política para romper essas barreiras e com cada atitude para novas reformas, nos aproximamos de um mundo livre de discriminação, onde todos possam alcançar seu potencial máximo”.
No Brasil, a situação começa a preocupar: há uma estimativa (resultado de pesquisa realizada pelo Projeto Autismo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo) de que havia, em 2007, cerca de 1 milhão decasos de autismo. É, pois, urgente que a população brasileira seja alertada sobre a gravidade da situação. E é igualmente urgente que se criem mecanismos de estímulo às autoridades no sentido de implementarem políticas de saúde pública para o tratamento e o diagnóstico do autismo e, também, de apoio às pesquisas na área. Afinal, só a pesquisa poderá nos oferecer estatísticas confiáveis para termos ideia da dimensão dessa realidade no Brasil; só a pesquisa pode nos trazer respostas para melhores diagnósticos e intervenções mais eficazes, para, com isso, oferecer mais qualidade de vida às pessoas com autismo e a suas famílias.
Assim, entendemos ser hora de criar, também no Brasil, uma oportunidade para a realização de debates e de campanhas de alerta; uma oportunidade de conscientizar a população do País sobre o autismo e, com isso, evitar situações de discriminação contra as pessoas acometidas pela síndrome, permitindo-lhes participar da vida em sociedade e exercer plenamente sua cidadania.
Por essa razão, entendemos ser hora de estabelecer um dia nacional para essa mobilização, permitindo ao Brasil unir-se, de forma mais contundente, aos esforços mundiais pela conscientização sobre o autismo. Nesse sentido e com a certeza de ser essa uma causa justa e humana, esperamos contar com o apoio dos nobres colegas para a aprovação desta proposta.
Sala das Sessões,
Senador FLÁVIO ARNS
(À Comissão de Educação, Cultura e Esporte, em decisão terminativa.)
Publicado no DSF, em 16/12/2010.
Secretaria Especial de Editoração e Publicações do Senado Federal – Brasília-DF
OS: 15965/2010
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Educação e inclusão: ano-velho ou ano-novo?
Em resposta à equipe Inclusive: Educação e inclusão: ano-velho ou ano-novo? |
Experiências da Rede Apae na inclusão escolar | ![]() |
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Após décadas de existência e de profundas mudanças sócio-culturais no tocante a questão da deficiência no Brasil e no mundo, a Rede Apae tem acompanhado, junto a outras organizações sociais, uma mudança de paradigma sobre a questão da inclusão escolar. Tais mudanças influenciam diretamente na vida das pessoas com deficiência intelectual, no funcionamento da entidade, no foco de sua prestação de serviços e nas suas ações de articulação de promoção de políticas. A maioria das Apaes possui, além de outros serviços e áreas de atuação, a estrutura de escola especial. Tendo um conhecimento acumulado de décadas de atendimento e defesa de direitos a pessoa com deficiência intelectual e múltipla (em todo o seu ciclo de vida, além da prevenção), a Apae hoje possui um posicionamento claro e responsável sobre a questão da inclusão escolar. Apae é a favor de um processo de inclusão escolar gradativo (processual) e responsável, com o qual as escolas comuns sejam devidamente preparadas para o recebimento dos estudantes, que necessitam não apenas de recursos para acessibilidade física, mas, sobretudo de treinamento de professores, preparação dos alunos, dentre outras ações. Além disso, a Rede Apae defende o direito de escolha da pessoa com deficiência intelectual e de sua família sobre o local onde deseja estudar. Tendo como premissa a inclusão responsável, a Federação Nacional das Apaes reúne e divulga, nesta página, experiências de Apaes de todo o Brasil que há muito tempo lutam para incluir e/ou acompanhar seus alunos na rede de ensino. |
Exp |
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
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Cientistas do Reino Unido desenvolveram uma nova forma de escaneamento cerebral que leva apenas quinze minutos para diagnosticar autismo em adultos, com 90% de acurácia. Eles esperam usar o exame para diagnosticar o autismo em crianças. A Dra. Christine Ecker, conferencista no Department of Forensic and Neurodevelopmental Sciences from the Institute of Psychiatry (IoP) do King's College, de Londres, juntamente com o supervisor Dr. Declan Murphy, professor de psiquiatria e maturação cerebral no IoP e colaboradores escreveram sobre esta nova experiência a ser publicada no The Journal of Neuroscience em 11 de agosto de 2010. Usando um scanner de ressonância nuclear magnética (RNM) e técnicas de imagens em 3D, os cientistas analisaram a estrutura, a forma e a espessura da substância cinzenta do cérebro, procurando por marcadores do autismo. Foram estudados os cérebros de 59 homens adultos entre 20 e 68 anos. Vinte dos participantes tiveram diagnóstico1 de autismo e 19 de déficit de atenção. Os outros eram homens saudáveis do grupo controle. Primeiro os participantes passaram pela avaliação tradicional que inclui teste de QI, entrevista com psiquiatra, exame físico e exames laboratoriais. Depois, todos fizeram o novo escaneamento cerebral usando imagens em 3D, o qual mostrou alta efetividade em identificar os indivíduos que tinham sido diagnosticados com autismo. Os cientistas concluíram que o novo método fornece um diagnóstico1 rápido e acurado baseado em marcadores biológicos que detectam o autismo. Alguns especialistas advertem que mais pesquisas são necessárias antes que o novo método seja amplamente utilizado. Fonte: The Journal of Neuroscience |
VOCÊ SABE AS ESTATÍSTICAS DO AUTISMO?
Estatísticas do autismo mostram que 1 em 166 crianças são diagnosticadas com autismo. Eles também dizem que 1 em cada 104 homens serão diagnosticados. O que significa que os machos são quatro vezes mais probabilidade de serem diagnosticados com autismo do que as fêmeas. Isso também significa que uma estimativa de 67 crianças são diagnosticadas por dia.
Não há uma contagem de população total de todos os indivíduos com autismo nos Estados Unidos. No entanto, usando as estatísticas do autismo já foi referido, podemos estimar que se 4 milhões de crianças nascidas nos Estados Unidos a cada ano, cerca de 24.000 dessas crianças, eventualmente, ser diagnosticado com autismo. Mais crianças serão diagnosticadas com autismo este ano do que com AIDS, diabetes e câncer combinados.
Estatísticas também mostram que o autismo é atualmente o mais rápido a incapacidade crescente de desenvolvimento, com um crescimento de 10% para 17% anuais. Assumindo que a taxa de ocorrência tem sido uma constante ao longo das últimas duas décadas, podemos estimar que cerca de 500.000 indivíduos com menos de 21 têm autismo. No entanto, muitos desses indivíduos não podem ser classificados como tendo autismo até a idade escolar ou mais tarde. Como os comportamentos relacionados ao autismo geralmente estão presentes antes da idade de 3, é importante certificar-se os indivíduos estão sendo identificados e estão a receber serviços de intervenção adequadas tão cedo quanto possível. O tratamento pode ser iniciado mais cedo, melhor para a criança. Não só é melhor para a criança, mas o custo dos cuidados ao longo da vida também pode ser reduzida em 2 / 3 com o diagnóstico precoce e intervenção.
O autismo foi introduzido como uma excepcionalidade de educação especial em 1991 e agora é o sexto mais comum de deficiência classificados nos Estados Unidos.
sábado, 25 de dezembro de 2010
oglobo.globo.com Publicada em 25/12/2010 às 15h08m
AP
RALEIGH, Carolina do Norte - Victor Pauca desembrulhou muitos presentes neste Natal, mas o menino de cinco anos já tinha recebido o melhor presente possível esse ano: a capacidade de se comunicar. Victor tem um rara doença genética que atrasa o desenvolvimento de várias habilidades, entre elas a fala. Para ajudar ele e outras crianças com o mesmo problema, seu pai, Paul, e alguns estudantes da Universidade de Wake Forest criaram um aplicativo para o iPad que transforma a tela sensível ao toque numa ferramenta de comunicação.
Com o VerbalVictor pais e responsáveis podem tirar fotos e gravar frases relacionadas a elas. Essas imagens são transformadas em botões na tela que a criança usa para se comunicar. Uma figura de um quintal, por exemplo, pode vir acompanhada de uma frase como "Quero sair para brincar". Quando Victor toca essa imagem, seus pais ou professoras sabem o que ele quer fazer.
O usuário grava a voz, então a criança tem alguma familiaridade com aquilo. Não é robótico
- O usuário grava a voz, então a criança tem alguma familiaridade com aquilo. Não é robótico - explica Paul Pauca.
O aplicativo deve estar à venda na iTunes App Store na semana que vem por US$ 10. Ele faz parte de um grupo cada vez maior de programas feitos para facilitar a vida de pessoas com deficiências. A categoria vem se expandindo tão rápido que a Apple criou uma listagem especial na loja online.
Novos aplicativos surgem a cada semana, desde o Sign4Me, que ensina língua dos sinais com avatares animados, até o ArtikPix, que ajuda professores e fonoaudiólogos a melhores a articulação das palavras em crianças.
- O aplicativo abre a mente dele para nós, pois podemos saber o que ele está pensando - diz a mãe de Victor, Theresa.
O menino é portador da síndrome de Pitt Hopkins, que atinge apenas outras 50 pessoas nos EUA. A doença atrasa o desenvolvimento de habilidade cognitivas, motoras e de linguagem. O progresso de Victor tem sido muito bom em vários aspectos - ele aprendeu a andar com dois anos, quando muitos na sua condição só conseguem com 10.
A família Pauca tentou várias dispositivos para ajudar seu filho. Muitos exigiam papéis para imprimir os símbolos, outros eram muito caros. Um modelo similar ao usado pelo famoso físico Stephen Hawking pode custar até US$ 8.200.
Paul Pauca, um professor de ciência da computação, decidiu que ele e alguns de seus estudantes podiam fazer melhor. Em janeiro começaram a trabalhar num aplicativo que tirasse proveito da versatilidade do iPhone - e depois também do iPad. Como o hardware já existia e o trabalho foi feito como parte da aula, não houve custo de desenvolvimento. O protótipo ficou pronto no meio do ano.
- Não somos uma grande empresa, por isso podemos vender o aplicativo por US$ 10 - diz Tommy Guy, um dos alunos de Pauca e agora candidato a doutorado na Universidade de Toronto.
Jim Tobias, presidente da empresa de consultoria Inclusive Technologies e especialista em tecnologia acessível, comemora o fato do programa usar um aparelho popular, que custa centenas de dólares e não milhares. Quem já tem um iPhone ou um iPad paga apenas US$ 10, "em vez de se arriscar gastando US$ 1.000" com máquinas especializadas, diz ele.
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