"Não devemos permitir que uma só criança fique em sua situação atual sem desenvolvê-la até onde seu funcionamento nos permite descobrir que é capaz de chegar. Os cromossomos não têm a última palavra". (Reuven Feuerstein)

quinta-feira, 2 de abril de 2015

"Autismo é complexo e muito mais comum do que se imagina"

SEMANA DE CONSCIENTIZAÇÃO
Rodrigo Andrade

O jovem João Vitor e seu teclado: a música vence as diferenças

Um teclado, um microfone e todas as diferenças se vão. A Câmara de Vereadores se tornou o palco para que o jovem João Vitor Avancini Parrini, 17 anos, mostrasse todo seu talento nessa terça-feira, 31 de março. Com um inglês nada embromador e desenvoltura para ditar o ritmo do instrumento musical, o rapaz arrancou aplausos de todos ao entoar a música Californication, da banda americana Red Hot Chili Peppers.
João Vitor é autista e é acompanhado pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) desde 2009. Na escola, despertou o dom para a música e fez dele um instrumento de socialização. Com seu teclado, prova que as diferenças nada mais são do que um obstáculo que pode ser superado quando o preconceito é deixado de lado.
O autismo esteve em discussão na Câmara durante a reunião ordinária. Os vereadores votaram e aprovaram por unanimidade um projeto de Sueliton Sousa (Pros) que cria a Semana Municipal da Conscientização sobre o Autismo. Na oportunidade, a psicóloga da Apae France Jane Elias Leandro usou a tribuna para falar sobre esse tipo de distúrbio.
O autismo é um problema neurológico caracterizado pelo comprometimento da interação social. Segundo a psicóloga, é “complexo e muito mais comum do que se imagina”. Dados apresentados por France Jane comprovam a afirmação. Em todo mundo, 70 milhões de pessoas são autistas. No Brasil são 2 milhões. O distúrbio atinge mais os meninos, em uma proporção de quatro homens para cada mulher. Por isso, a cor azul é usada para simbolizar a semana de conscientização.
“Apesar dos avanços, os autistas ainda encontram dificuldades no sistema de ensino. Precisamos aprofundar em mais diagnósticos, mais tratamento, mais respeito e menos preconceito”, afirmou a psicóloga. Em Itabira, 42 autistas são acompanhados pela Apae. Eles recebem aulas especiais e são monitorados por profissionais especificamente preparados.
A representante da Apae citou que o autismo é considerado uma deficiência e cobrou que isso seja levado em conta na hora da discussão do projeto que concederá passe livre aos portadores de deficiência em Itabira. Esse projeto será debatido na reunião de comissões que ocorre nesta quarta-feira, 1º de abril, na Câmara de Vereadores.



Fonte: http://www.defatoonline.com.br/noticias/ultimas/01-04-2015/autismo-e-complexo-e-muito-mais-comum-do-que-se-imagina

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