Diego Escada foi diagnosticado
com o transtorno aos três anos de idade.
Na escola, ele acompanha a turma, faz desenhos e conta histórias.
Diego mostra os desenhos que
utiliza para contar histórias para a classe
Um menino autista de 10 anos
virou o contador de histórias de sua classe em uma escola municipal de Itanhaém, no litoral de São Paulo. Diego
Escada Louzada apresentou, desde pequeno, as características do transtorno, mas
a convivência com outras pessoas na escola lhe trouxe mais conhecimento do
mundo e de si. O jeito inibido, característico do autismo, é pouco perceptível
em Diego enquanto ele brinca de contar histórias para a turma e é aplaudido
pelas outras crianças. O que poderia ser considerado um desafio para qualquer
autista, é um prazer para ele.
Tatiana Escada descobriu que o filho tinha autismo quando o menino estava com três anos. Ela começou a notar algumas atitudes estranhas do filho. “Ele apontava as coisas, não falava o que queria, tinha resistência à dor. Com um barulho muito estridente, ele colocava as mãos nos ouvidos. A gente foi reunindo os fatos e fomos a um neurologista”, conta ela.
Segundo o Ministério
da Saúde, o autismo é considerado uma síndrome neuropsiquiátrica.
Embora seja uma etiologia específica que não tenha sido identificada, estudos
sugerem a presença de alguns fatores genéticos e neurobiológicos que podem
estar associados ao autismo. Diversos sinais e sintomas podem estar ou não
presentes, mas as características de isolamento e imutabilidade de condutas
estão sempre presentes. Tatiana diz que a notícia foi um baque para ela e a
família. “Você se questiona muito. Até entrei em uma depressão. Depois, li
muito sobre o assunto e comecei a entender e foi fluindo. Hoje eu trato ele
como uma criança normal”, fala. Após o diagnóstico, Diego iniciou o tratamento
com fonoaudióloga, pedagoga e neuropsicóloga.
Tatiana e o Diego saíram de Santos, onde moravam com o pai do garoto, e foram viver em Itanhaém. Mesmo com o transtorno, Diego foi matriculado na escola municipal Maria Graciette Dias, pelo sistema de inclusão. “O Diego é um autista. Todos os autistas têm direito a um estagiário. Eles são estudantes e ficam com essas crianças de inclusão. Na nossa escola, a gente tem uma média de 13 crianças especiais.”, explica a diretora Rita de Cássia Brandão Gouvêa.
Tatiana e o Diego saíram de Santos, onde moravam com o pai do garoto, e foram viver em Itanhaém. Mesmo com o transtorno, Diego foi matriculado na escola municipal Maria Graciette Dias, pelo sistema de inclusão. “O Diego é um autista. Todos os autistas têm direito a um estagiário. Eles são estudantes e ficam com essas crianças de inclusão. Na nossa escola, a gente tem uma média de 13 crianças especiais.”, explica a diretora Rita de Cássia Brandão Gouvêa.
A professora Marlene
Carraro Mucsi, de 50 anos, diz que Diego chegou na escola muito arredio e não
gostava muito de ter contato com as pessoas. Ela só acompanhava o menino
de longe, mas, neste ano, começou a dar aulas para Diego. “Já tinha trabalhado
com outras deficiências, mas com autismo foi a primeira vez”, diz. A professora
foi aprendendo a lidar com o menino no dia a dia. “O grau do autismo dele é
leve, não há necessidade de trabalhar atividades diferenciadas com ele, o que
precisamos é respeitar o tempo. A gente conhece outros autistas que são
agressivos, inquietos, não param sentados em sala de aula. Não é o caso dele”,
explica a professora. Ela ressalta que Diego acompanha as lições na classe do
5º ano como qualquer outro aluno. Segundo Marlene, o menino lê muito bem, é
alfabético, consegue fazer contas e resolver os problemas de matemática.
Professora Marlene, Diego e a estagiária Carol
A convivência com outras crianças
e os cuidados das professoras fez o menino melhorar de comportamento e também a
ganhar mais conhecimento. Na escola, ele também descobriu, principalmente, a
aptidão para o desenho e animação. A mãe dele conta que o menino adora ficar no
computador, vendo vídeos, fazendo desenhos e criando histórias, principalmente,
com o Mickey, o personagem preferido de Diego.
Na sala de aula, ele coloca os
desenhos na lousa digital e vira um contador de histórias, interpretando os
personagens. “Eu faço a narradora e ele o Mickey. Na verdade, ele não lê a
história, ele decora as falas. De vez em quando, é no início da aula, às vezes,
é no final”, explica a professora. Do outro lado da sala, estão diversos outros
alunos com a mesma idade de Diego. Eles riem com a interpretação do menino,
entendem a história e, no final, batem palmas pela apresentação do colega de
classe. “Para ele é bom. A questão de ele desenhar bem também motiva as outras
crianças a quererem desenhar como ele. Já cria um convívio, uma proximidade”,
diz a mãe do menino.
Diego e a professora contando
histórias para a classe
Por causa da contação de
histórias, Diego também passou a ter mais comunicação com as pessoas, mesmo
que, assim como outros autistas, não goste de muito contato físico. Tatiane vê
o quanto o filho melhorou no âmbito social. “Ele começou a evoluir de uma maneira
tão rápida, até na questão de amizade, tem mais carinho, mais afeto das outras
crianças, tem a estagiária que fica direto com ele. Eu me arrependi de não ter
colocado antes nessa escola”, admite.
Já Diego mostra orgulhoso os desenhos do Mickey, expostos em um painel que foi colocado em um dos corredores da escola. Para a mãe, o futuro do filho sempre estará ligado ao mundo da animação. “Ele fala que quer trabalhar na parte de animação de estúdios. Eu acho que é o que ele vai acabar seguindo”, diz Tatiana.
Fonte: http://g1.globo.com
Já Diego mostra orgulhoso os desenhos do Mickey, expostos em um painel que foi colocado em um dos corredores da escola. Para a mãe, o futuro do filho sempre estará ligado ao mundo da animação. “Ele fala que quer trabalhar na parte de animação de estúdios. Eu acho que é o que ele vai acabar seguindo”, diz Tatiana.
Fonte: http://g1.globo.com
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