"Não devemos permitir que uma só criança fique em sua situação atual sem desenvolvê-la até onde seu funcionamento nos permite descobrir que é capaz de chegar. Os cromossomos não têm a última palavra". (Reuven Feuerstein)

sábado, 16 de novembro de 2013

Se sentindo indignadíssima e muito triste!

 Aconteceu esta semana um episódio que me deixou com muita raiva e muito, muito triste. 

Pois bem, há algum tempo, um clube de minha cidade, me ofereceu convites para levar os alunos  da APAE que eu trabalho, para se divertirem. Assim, hoje eu estava combinando o dia, que seria no dia 26 de dezembro, logo depois do natal, imaginando o clube com pouca gente (já que muitos viajam logo após o natal), mas foram logo me avisando que o clube só poderia ser usado por eles, numa segunda-feira, isto é, o dia que o clube não abre e abriria só para os nossos deficientes. Como não consigo ficar calada, quem me conhece sabe, retruquei que isso era exclusão. Aí o Sr. Responsável pelo clube, me disse que tinha que pensar nos sócios, se um desses meninos tem incontinência, como ele vai ficar, que eu entenderia...Incontinência? Sim temos alguns sim, mas não conhece a estrutura de uma APAE, da nossa APAE quando saímos com nossos alunos, né? Daí prá frente foi só besteira que este Sr. disse. Falei-lhe que esses alunos já tinham ido em outro clube da cidade e que tinham sido muito bem acolhidos pelos sócios ali presentes, até o corpo de bombeiros foi acionado por este clube para atender nossos alunos e, que não acreditava no que estava ouvindo. Agradeci a “gentil oferta” e disse-lhe que arranjaria outro clube para poder passar o dia com nossos meninos. Aí veio a pior parte e tamanha prepotência: - “Se este clube não aceita eles no dia que temos para oferecer, nenhum outro clube aceitará. Sou sócio de todos”!

Meu Deus, quando acho que as pessoas com deficiência estão ganhando seu espaço, DE DIREITO, ainda tenho que ouvir isso? Fiquei imaginando nosso Adriano, que é autista severo, que está com um comportamento mais sociável, mas tem a estereotipia de agitar seus braços, de certo seria assustador para esse Sr. O que falar de Wesley, deficiente severo e super agitado, gosta de agarrar as pessoas (gosta da atenção das pessoas – sua história é muito triste), o que este sr faria? Sem falar no Adão, que com seu jeito brejeiro, e enorme necessidade de ser aceito e amado, encanta a muitos, mas gosta de falar. E como gosta! Seria ouvido?

Pessoas como este Sr, não sabem o que estão perdendo! Eu sou privilegiada por ter a oportunidade de estar perto de pessoas como os nossos alunos e usuários da APAE. Eu tenho mesmo é que agradecê-los, por deixarem que eu participe um pouco da vida deles.

“SE VOCÊ DEIXA DE VER A PESSOA, VENDO APENAS A DEFICIÊNCIA QUEM É O CEGO?
SE VOCÊ DEIXA DE OUVIR O GRITO DO SEU IRMÃO PARA A JUSTIÇA, QUEM É O SURDO?
SE VOCÊ NÃO PODE COMUNICAR-SE COM SUA IRMÃ E A SEPARA, QUEM É O MUDO?
SE SUA MENTE NÃO PERMITE QUE SEU CORAÇÃO ALCANCE SEU VIZINHO, QUEM É O DEFICIENTE MENTAL?
SE VOCÊ NÃO SE LEVANTA PARA DEFENDER OS DIREITOS DE TODOS, QUEM É O ALEIJADO?
A ATITUDE PARA COM AS PESSOAS DEFICIENTES PODE SER NOSSA MAIOR DEFICIÊNCIA...
E A SUA TAMBÉM.”

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