No ano de 2014, a trajetória da luta pelos direitos da pessoa
com o transtorno teve vitórias e desafios
Rio - Nos últimos anos, os debates acerca do autismo ganharam
visibilidade. A exposição do tema na mídia e nas redes sociais disseminou
informações que têm aclarado um pouco mais esse campo de estudos, ainda
desconhecido para a maioria das pessoas. O autismo é um transtorno tão complexo
e com sintomas tão diferentes, que há quem diga que não existem dois autistas
iguais. O autista tem dificuldades na interação social e um apego exagerado a
rotinas.
No ano de 2014, a trajetória da luta pelos direitos da pessoa
com o transtorno teve vitórias e desafios. Algumas das conquistas foram a
capacitação de profissionais e professores da rede pública de ensino, pesquisas
científicas buscando descortinar a síndrome e a inauguração da primeira
clínica-escola pública para autistas no Brasil, em Itaboraí.
Porém, ainda há grandes desafios pela frente. Muitos autistas
foram impedidos de frequentar escolas simplesmente por serem autistas. Crianças
viram o seu direito a uma educação multidisciplinar cerceado, porque há poucas
escolas estruturadas para atendê-las. Como resultado, mães e pais se sentiram
desamparados na luta pelo tratamento de seus filhos; esquecidos foram por quem
deveria ampará-los.
Também falta espaço no mercado de trabalho, porque não
existem políticas para o campo profissional que os capacitem e os incluam.
Porém, nesse estado das coisas, surgiram aqueles que não
perderam a esperança, mas nutriram seus sonhos na mesma perspectiva de muitos
professores, desejosos por um espaço educacional afetivo e social, que não
discrimine, mas acolha e inclua a partir de um modelo de ensino que aponte mais
para as necessidades de quem aprende e menos para os conceitos de quem ensina.
São família e escola. Esses são os que poderão superar os desafios.
Fonte: Eugênio Cunha no O Dia
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