Muitos pais de crianças autistas ouviram que, se seus filhos
não estivessem falando por volta dos 4 ou 5 anos, eles ou elas, provavelmente,
não iriam mais fazer isso. Alguns pesquisadores contrariaram essa visão –
citando casos de crianças que desenvolveram linguagem durante o ensino
fundamental ou até na adolescência. Hoje, um estudo com mais de 500 crianças confirma
esses relatos promissores.
Cientistas do Centro para Autismo e Transtornos Relacionados,
em Baltimore, pesquisaram informações de 535 crianças, entre os 8 e 17 anos de
idade, diagnosticadas com autismo e com atraso severo de linguagem aos 4 anos.
Nessa idade, os atrasos de fala dessas crianças variavam do totalmente não
verbal até o uso de palavras isoladas ou frases sem verbos.
Os pesquisadores descobriram que, de fato, muitas dessas
crianças progrediram no sentido de adquirir linguagem. Quase metade (47%) se
tornaram fluentes na fala. E quase dois terços (70%) podiam falar usando frases
simples.
Os pesquisadores também queriam entender os fatores que
poderiam prever se uma criança autista com atraso severo de linguagem poderia,
eventualmente, desenvolver a fala. Eles descobriram que a maioria das crianças
que desenvolveu linguagem tinha QIs mais altos (avaliados em testes não
verbais) e grau de comprometimento social mais baixo. E o que é mais
surpreendente: os pesquisadores descobriram que o nível de comportamentos
repetitivos e interesses restritos da criança NÃO afetou a probabilidade de
desenvolver linguagem.
“Essas descobertas dão esperança aos pais, de que seus filhos
com atrasos de linguagem vão desenvolver-se no sentido de adquirir a fala no
ensino fundamental ou até na adolescência”, disse Geraldine Dawson, Ph.D e
líder da divisão de Ciência da Autism Speaks. “O destacamento de premissas
importantes na aquisição da linguagem – especialmente o papel das habilidades
cognitivas e sociais não verbais – também sugere que focar nessas áreas na
intervenção precoce irá ajudar a promover a linguagem.”
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