"Não devemos permitir que uma só criança fique em sua situação atual sem desenvolvê-la até onde seu funcionamento nos permite descobrir que é capaz de chegar. Os cromossomos não têm a última palavra". (Reuven Feuerstein)

segunda-feira, 31 de março de 2014


Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 02 de abril como o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. O interesse pelo autismo cresceu muito nos últimos anos. A mídia colaborou muito para isso e a pressão que os pais começaram a exercer em cima da comunidade médica trouxe avanços significativos. O termo "autismo" vem do grego "autos" e significa o comportamento de voltar-se para si mesmo. É classificado hoje como um distúrbio do desenvolvimento. Suas causas ainda são desconhecidas, mas prevalece a hipótese multifatorial - suas causas seriam múltiplas e não necessariamente a mesma para duas pessoas.

Caracteriza- se como um prejuízo severo e invasivo em diversas áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social recíproca, habilidades de comunicação e a presença de comportamento, interesses e atividades estereotipados e repetitivas.

Em relação à comunicação, há um atraso no balbucio, uma falta de linguagem alternativa compensatória desta criança para substituir a fala, a ausência de atitudes e gestos sociais. Na integração social, há um déficit ou uma ausência no contato visual e ausência na reciprocidade. Apresentam comportamentos repetitivos com reações sensoriais pouco comuns de anestesia sensorial ou hiperestesia (grande sensibilidade ao toque).

A intervenção precoce é fundamental para um bom prognóstico. Os tratamentos recomendados atualmente são específicos para cada caso e orientados por equipe multiprofissional. O tratamento farmacológico depende dos sintomas que a criança apresenta.

Em termos psicoterápicos tem se mostrado importante o treinamento em habilidades sociais com a criança e orientação e apoio aos pais. Outros profissionais que podem contribuir para o tratamento são: psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, nutricionista, arte-terapeuta, psicopedagogo, fisioterapeuta entre outros.

Outro processo importante para o bom desenvolvimento da criança tem sido a prática de inclusão escolar. Nos casos das crianças com maior comprometimento, o acompanhamento é realizado em escolas especiais (por exemplo, as APAES).

Independente do tratamento adotado, é importante que a sociedade como um todo aprenda a perceber a criança autista com um criança qualquer: com desejos, expectativas, potencialidades e sentimentos de forma a eliminar preconceitos e garantir o desenvolvimento e integração desses crianças.
No mundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que tenhamos 70 milhões de pessoas com autismo. No Brasil, a estimativa é de 2 milhões de autistas.

A APAE de Itabira atualmente possui 5 salas com 31 alunos com Transtorno Do Espectro Autista – TEA, que caracteriza-se por prejuízo severo e invasivo em diversas áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social recíproca, de comunicação e atividades estereotipadas. Trabalha-se com material adaptado e uso dos Métodos TEACCH (o objetivo deste programa é promover a adaptação de cada criança de duas formas interatuantes: a primeira é melhorar todas as habilidades para o viver através das melhores técnicas educacionais disponíveis; a segunda ,na medida em que existe um déficit envolvido, entender e aceitar esta deficiência, planejando estruturas ambientais que possam compensá-la) e o Método PECS (foi criado para atender às necessidades de indivíduos com alterações da comunicação). As salas contam com a professora e uma monitora dentro de cada sala e possui uma equipe multidisciplinar (psicóloga, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, pedagoga e fonoaudióloga) com coordenação da psicóloga France Jane Leandro. Estamos também iniciando a introdução do Programa LIVOX, este ano, que é um software de comunicação alternativa, para tablets.

É grande o impacto nos profissionais da educação que atuam na escola quando se deparam com as reações dessas crianças que, tanto quanto os professores, estão diante de uma experiência nova. É comum que essas crianças apresentem manifestações de sua inflexibilidade de maneira exacerbada.

Se utilizarmos os subsídios teóricos que se trabalha nas escolas especiais, como o Método TEACCH, PECS, ABA, será mais fácil compreender que, no ambiente escolar, com todos os seus estímulos e vendo-se em meio a muitas outras crianças, a tantas falas e atitudes das outras pessoas que, aliás, não lhe são familiares, a criança reaja assim.

Apesar das iniciativas do MEC, a realidade mostra que alunos autistas ainda encontram dificuldades para acessar e se manter na escola. É necessário o aprofundamento dos esforços conjuntos das instâncias de governos, famílias, instituições representativas e de atendimento especializado para superar essas barreiras.


A APAE de Itabira/MG, no dia 2 de abril, quarta-feira (de 8:00 às 10:30 da manhã e 13:00 às 15:30), estará na Av. João Pinheiro com Rua São José, com seus alunos, familiares e profissionais, panfletando e conscientizando sobre o autismo. Contamos com a comunidade e pedimos que se junte a nós e abrace esta causa.

                       APAE: Funcionários, alunos e familiares, panfletando - 02 de abril 2014 




















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