Dia Mundial de Conscientização Sobre
o Autismo
A Organização
das Nações Unidas (ONU) declarou 02 de abril como o Dia Mundial de
Conscientização sobre o Autismo. O interesse pelo autismo cresceu muito nos
últimos anos. A mídia colaborou muito para isso e a pressão que os pais
começaram a exercer em cima da comunidade médica trouxe avanços significativos.
O termo "autismo" vem do grego "autos" e significa o
comportamento de voltar-se para si mesmo. É classificado hoje como um distúrbio
do desenvolvimento. Suas causas ainda são desconhecidas, mas prevalece a
hipótese multifatorial - suas causas seriam múltiplas e não necessariamente a
mesma para duas pessoas.
Caracteriza- se como um prejuízo
severo e invasivo em diversas áreas do desenvolvimento: habilidades de
interação social recíproca, habilidades de comunicação e a presença de
comportamento, interesses e atividades estereotipados e repetitivas.
Em relação à comunicação, há um
atraso no balbucio, uma falta de linguagem alternativa compensatória desta
criança para substituir a fala, a ausência de atitudes e gestos sociais. Na
integração social, há um déficit ou uma ausência no contato visual e ausência
na reciprocidade. Apresentam comportamentos repetitivos com reações sensoriais
pouco comuns de anestesia sensorial ou hiperestesia (grande sensibilidade ao
toque).
A intervenção precoce é fundamental para
um bom prognóstico. Os tratamentos recomendados atualmente são específicos para
cada caso e orientados por equipe multiprofissional. O tratamento farmacológico
depende dos sintomas que a criança apresenta.
Em termos psicoterápicos tem se
mostrado importante o treinamento em habilidades sociais com a criança e
orientação e apoio aos pais. Outros profissionais que podem contribuir para o
tratamento são: psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, nutricionista,
arte-terapeuta, psicopedagogo, fisioterapeuta entre outros.
Outro processo importante para
o bom desenvolvimento da criança tem sido a prática de inclusão escolar. Nos
casos das crianças com maior comprometimento, o acompanhamento é realizado em
escolas especiais (por exemplo, as APAES).
Independente do tratamento adotado, é
importante que a sociedade como um todo aprenda a perceber a criança autista
com um criança qualquer: com desejos, expectativas, potencialidades e sentimentos
de forma a eliminar preconceitos e garantir o desenvolvimento e integração
desses crianças.
No mundo a
OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que tenhamos 70 milhões de pessoas
com autismo. No Brasil, a estimativa é de 2 milhões de autistas.
A APAE de Itabira atualmente
possui 5 salas com 31 alunos com Transtorno Do Espectro Autista – TEA, que caracteriza-se
por prejuízo severo e invasivo em diversas áreas do desenvolvimento:
habilidades de interação social recíproca, de comunicação e atividades estereotipadas.
Trabalha-se com material adaptado e uso dos Métodos TEACCH (o
objetivo deste programa é promover a adaptação de cada criança de duas formas
interatuantes: a primeira é melhorar todas as habilidades para o viver através
das melhores técnicas educacionais disponíveis; a segunda ,na medida em que
existe um déficit envolvido, entender e aceitar esta deficiência, planejando
estruturas ambientais que possam compensá-la) e o Método PECS (foi
criado para atender às necessidades de indivíduos com alterações da
comunicação). As salas contam com a professora e uma monitora dentro de cada
sala e possui uma equipe multidisciplinar (psicóloga, terapeuta ocupacional,
fisioterapeuta, pedagoga e fonoaudióloga) com coordenação da psicóloga France
Jane Leandro. Estamos também iniciando a introdução do Programa LIVOX, este
ano, que é um software de comunicação alternativa, para tablets.
É grande o impacto nos
profissionais da educação que atuam na escola quando se deparam com as
reações dessas crianças que, tanto quanto os professores, estão
diante de uma experiência nova. É comum que essas crianças apresentem
manifestações de sua inflexibilidade de maneira exacerbada.
Se utilizarmos os subsídios teóricos
que se trabalha nas escolas especiais, como o Método TEACCH, PECS,
ABA, será mais fácil compreender que, no ambiente escolar, com todos
os seus estímulos e vendo-se em meio a muitas outras crianças, a
tantas falas e atitudes das outras pessoas que, aliás, não lhe são familiares,
a criança reaja assim.
Apesar das iniciativas do MEC, a
realidade mostra que alunos autistas ainda encontram dificuldades para acessar
e se manter na escola. É necessário o aprofundamento dos esforços
conjuntos das instâncias de governos, famílias, instituições representativas e
de atendimento especializado para superar essas barreiras.
A APAE de Itabira/MG, no dia 2 de
abril, quarta-feira (de 8:00 às 10:30 da manhã e 13:00 às 15:30), estará na Av.
João Pinheiro com Rua São José, com seus alunos, familiares e profissionais,
panfletando e conscientizando sobre o autismo. Contamos com a comunidade e
pedimos que se junte a nós e abrace esta causa.
APAE: Funcionários, alunos e familiares, panfletando - 02 de abril 2014
APAE: Funcionários, alunos e familiares, panfletando - 02 de abril 2014
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