"Não devemos permitir que uma só criança fique em sua situação atual sem desenvolvê-la até onde seu funcionamento nos permite descobrir que é capaz de chegar. Os cromossomos não têm a última palavra". (Reuven Feuerstein)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

I SEMINÁRIO MUNICIPAL DE AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E MÚLTIPLA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Historicamente o movimento das APAES assumiu um papel de relevância a nível nacional na defesa dos direitos das pessoas com deficiência, estando em 2084 municípios, sendo na grande maioria das vezes a organização de referência na vida dessas pessoas e suas famílias.
As pessoas com deficiência intelectual e suas famílias apontam sistematicamente que não percebem a evolução acadêmica em seus familiares com defeciência que são alunos do sistema público de ensino, relatando que às vezes esses alunos são submetidos a situaçães vexatórias que desestimulam sua vida escolar. Assim, não é raro que a família procure as escolas especiais pedindo para que os alunos voltem para lá, pois a pessoa com deficiência não se sente incluída dentro do sistema comum de ensino.
Propomos então, que em março deste ano as APAES de todo território nacional em parceria com o sistema público de ensino de cada município, priorizando o envolvimento dos gestores municipais, façam uma avaliação dos avanços e dificuldades encontradas no sistema comum de ensino, bem como discutir o papel das escolas especiais neste contexto.
Assim, hoje, dia 07/04/2011, realizamos o I Seminário...(o nome é grande demais rs), contando com a participação do nosso prefeito, secretário da educação, secretária do governo e diretora do CEMAE(Centro Municipal de Apoio à Educação).
As discussões privilegiou a participação de professores, especialistas da educação, pessoas com deficiência e de familiares que estão envolvidos nesta experiência, garantindo assim uma visão real dos que vivem a questão diretamente. Observamos que nem sempre paramos para ouví-los e até hoje pedimos que assumem o processo de inclusão escolar, mas não permitindo sua avaliação.
A participação da pessoa com deficiência intelectual nessas discussões é garantida pela Convenção Internacional Sobre Direitos das Pessoas com Deficiência, que nos princípios gerais defende: "o respeito pela dignidade inerente, independência da pessoa, inclusive a liberdade de fazer as próprias escolhas e autonomia individual", dando a esse seminário uma legitimidade nos debates. O art. 24 desta convenção trata do direito à educação, e garante que efetivas medidas individualizadas de apoio sejam adotadas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, compatível com a inclusão plena e que as pessoas com deficiência recebam o apoio necessário no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação.
Postarei amanhã o resultado do seminário e teremos então um diagnóstico verdadeiro da necessidade ou não das escolas especiais no nosso município.

"A inclusão escolar começa na alma do professor, contagia seus sonhos e amplia seus ideais. A utopia pode ter muitos defeitos, mas pelo menos, uma virtude tem: ela nos faz caminhar."
(Eugênio Cunha - Autismo e Inclusão)

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