Pai cria aplicativo para se comunicar com filha com
paralisia cerebral
Com o Livox, deficientes podem dizer como estão se sentindo,
se estão com fome ou precisam de algo
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Pereira já está conversando com
governo para levar o Livox para deficientes carentes
Há seis anos, o analista de sistemas Carlos Pereira recebia
com a alegria a notícia do nascimento de sua filha Clara. Só que, infelizmente,
a menina foi vítima de um erro médico que a deixou com paralisia cerebral,
problema que a afetaria pelo resto da vida. Por conta da doença, Clara não
podia se comunicar: era difícil saber se a menina estava com fome, com sede ou
se precisava de algo. Pensando em melhorar a vida de sua filha, Pereira criou o
Livox, aplicativo que deu a Clarinha a chance de se comunicar. E transformou o
mundo dela.
A princípio, Pereira desenvolveu uma plataforma bem simples, em que sua filha respondia "sim" ou "não" as perguntas que eram feitas. Pela vontade de falar com sua Clara, ele chegou a procurar desenvolvedores de aplicativos de comunicação para deficientes em outros países. Mas ninguém quis investir no Brasil. "Com a recusa, resolvi desenvolver seu próprio aplicativo, com a ajuda de fonoaudiólogos, terapeutas e pedagogos", diz ele, que mora com a família em Recife (PE).
Hoje, o Livox não é destinado apenas a pessoas com paralisia cerebral. Pessoas com doenças ou limitações para se comunicar podem usar ferramenta. "O Livox é o aplicativo de comunicação alternativa mais completo do mundo", afirma o analista de sistemas.
A princípio, Pereira desenvolveu uma plataforma bem simples, em que sua filha respondia "sim" ou "não" as perguntas que eram feitas. Pela vontade de falar com sua Clara, ele chegou a procurar desenvolvedores de aplicativos de comunicação para deficientes em outros países. Mas ninguém quis investir no Brasil. "Com a recusa, resolvi desenvolver seu próprio aplicativo, com a ajuda de fonoaudiólogos, terapeutas e pedagogos", diz ele, que mora com a família em Recife (PE).
Hoje, o Livox não é destinado apenas a pessoas com paralisia cerebral. Pessoas com doenças ou limitações para se comunicar podem usar ferramenta. "O Livox é o aplicativo de comunicação alternativa mais completo do mundo", afirma o analista de sistemas.
O usuário pode dizer que tipo de
comida deseja com a ajuda das imagens do aplicativo
O Livox tem um catálogo de 14 mil imagens e cada uma delas
pode passar uma mensagem. O usuário está com fome? Basta ir à seção "estou
com" do aplicativo. E o que comer? É só clicar no alimento desejado.
Depois de comer, ainda dá para se divertir: o Livox inclui opções de músicas e
vídeos de artistas como Xuxa e Patati e Patatá.
O aplicativo conta com configurações que permitem uma adaptação da plataforma de acordo com a deficiência do usuário. Por exemplo, se a pessoa tiver deficiência visual, o Livox coloca todas as imagens em tamanho ampliado e em alto contraste; outro mecanismo, batizado como "intelitouch", faz com que usuários com problemas motores e dificuldades no uso das mãos possam mexer em um tablet sem problemas.
Além de conseguir fazer a filha se comunicar com o mundo à sua volta, o Livox mostrou a Pereira que Clara podia fazer muito mais do que se comunicar, apesar da paralisia. "Com o aplicativo, ela pode falar de uma infinidade de coisas e nos mostrou que, sim, ela pode raciocinar e tem capacidade", diz ele.
Ao contrário da maioria dos desenvolvedores, Pereira não colocou o aplicativo para download na internet. Segundo ele, para usar o Livox, é necessária uma orientação bastante complexa. "Se disponibilizasse o Livox e as pessoas não o usassem corretamente, podia ser que elas começassem a falar que o software não funciona". Os interessados em adquirir a plataforma precisam entrar em contato pelo site Agora Eu Consigo - nome da empresa criada após o Livox, especializada na criação de plataformas de inclusão para deficientes.
O desenvolvedor também está em contato com representantes de governos estaduais e municipais, com o objetivo de levar o Livox para pessoas que não podem pagar pelo serviço. Há também a possibilidade de fazer ajudar a Agora Eu Consigo, a partir de doações para a empresa, presenteando pacientes parentes com tablets ou "adotando" um usuário e dando o aplicativo de presente para ele.
O aplicativo conta com configurações que permitem uma adaptação da plataforma de acordo com a deficiência do usuário. Por exemplo, se a pessoa tiver deficiência visual, o Livox coloca todas as imagens em tamanho ampliado e em alto contraste; outro mecanismo, batizado como "intelitouch", faz com que usuários com problemas motores e dificuldades no uso das mãos possam mexer em um tablet sem problemas.
Além de conseguir fazer a filha se comunicar com o mundo à sua volta, o Livox mostrou a Pereira que Clara podia fazer muito mais do que se comunicar, apesar da paralisia. "Com o aplicativo, ela pode falar de uma infinidade de coisas e nos mostrou que, sim, ela pode raciocinar e tem capacidade", diz ele.
Ao contrário da maioria dos desenvolvedores, Pereira não colocou o aplicativo para download na internet. Segundo ele, para usar o Livox, é necessária uma orientação bastante complexa. "Se disponibilizasse o Livox e as pessoas não o usassem corretamente, podia ser que elas começassem a falar que o software não funciona". Os interessados em adquirir a plataforma precisam entrar em contato pelo site Agora Eu Consigo - nome da empresa criada após o Livox, especializada na criação de plataformas de inclusão para deficientes.
O desenvolvedor também está em contato com representantes de governos estaduais e municipais, com o objetivo de levar o Livox para pessoas que não podem pagar pelo serviço. Há também a possibilidade de fazer ajudar a Agora Eu Consigo, a partir de doações para a empresa, presenteando pacientes parentes com tablets ou "adotando" um usuário e dando o aplicativo de presente para ele.
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