Falar em voz alta é uma característica comum entre autistas,
e isso ocorre principalmente por dois motivos: porque o autista não percebem
que sua voz está alta demais e também porque não entendem que a alteração do
volume de voz comunica uma mensagem de maneira diferente, mais agressiva. Não
entendem, portanto, que falar em voz alta não é aceito em qualquer ambiente ou
na presença de qualquer pessoa.
A melhor maneira de explicar isso ao autista é dizer
claramente, ou mostrar, por meio de imagens, quais são os lugarem em que ele
não deve falar em vozalta, como por exemplo a igreja ou bibliotecas. Em vez de
usar frases como “Não fica bem falar em voz alta neste lugar”, prefira uma
frase direta e objetiva, como “Você não pode falar em voz alta neste lugar
porque o barulho incomoda as outras pessoas”.
O autista precisa que isso seja dito de forma bem clara,
pois ele não irá começar a falar em voz baixa somente porque as outras pessoas
estão falando assim. É possível que com o tempo, com a ajuda de uma pessoa para
chamar a atenção para isso, ele se lembre de observar o modo como as outras
pessoas falam, imitando o exemplo. Isso dependenderá, entretanto, do grau do
transtorno, do treino, da paciência e habilidade da pessoa que o acompanha
nestas situações e, claro, dele próprio.
Também é importante dar exemplos ao autista de como ele deve
se dirigir aos familiares, aos professores, amigos e demais pessoas com quem
ele convive diariamente. Ao ensinar-lhe como reagir diante de pessoas
estranhas, também dever ser ensiando – e treinado – o tom de voz adequado.
Outra dica importante é mostrar ao autista como a voz muda
de acordo com a posição da pessoa com quem ele conversa: se ambos estiverem
sentados ou de pé, não há necessidade de aumentar o volume da voz. Se houver
disposição da parte dele, isso também pode ser treinado regularmente.
Por fim, combinar e relembrar frequentemente um sinal para
que o autista perceba que está falando em voz alta, e outro para indicar-lhe
que o tom da voz foi reduzido adequadamente, também pode ajudar no
desenvolvimento de suas habilidades sociais.
Texto escrito por Silvana Schultze
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